TIME GRANDE NÃO PODE TER 20% EM CLÁSSICOS

Publicado às 00:28 desta segunda-feira, 21 de abril de 2025
(*) Pedro La Rocca

São quatro derrotas em clássicos nos cinco jogos disputados em 2025. Aproveitamento pífio contra os principais rivais - mesmo quando enfrenta times mistos como foi na derrota para o São Paulo no último domingo (20) por 2x1. Tiquinho marcou para o Alvinegro, enquanto Ferreirinha e André Silva marcaram para os mandantes.

O por enquanto técnico interino César Sampaio fez apenas uma mudança no time titular e foi pela nova contusão muscular de Neymar. Assim como ocorreu na vitória sobre o Atlético-MG, Rollheiser substiuiu o camisa 10.

Se a mudança foi repetida em relação ao último jogo, não posso dizer o mesmo da postura do time. Com 22 minutos a equipe adversária já vencia por 2x0 e esboçando uma goleada histórica no Cícero Pompeu de Toledo.

Em ambos tentos marcados pelo time de Zubeldia ficou evidente a lentidão apresentada pelo meio-campo. No primeiro, Schmidt perdeu a bola após demorar para soltá-la. Já no segundo, o mesmo junto aos demais atletas à sua frente, foram fazer uma pressão alta individual, só esqueceram de combinar com a linha de quatro, que ficou de mãos atadas.

O menino Matheus Alves, nascido em São Vicente e que começou no futsal do Peixe, e Ferreirinha quando caía por dentro, como no primeiro gol, estavam levitando nas costas do volante Santista.

Fiz questão de ressaltar na transmissão do Futebol Energia em Campo a visível falta de confiança dos atletas Santistas após os gols sofridos. Alguns do time estavam receosos e com medo. 

São jogos assim que requer 100% de atenção desde o início. Dentro daquilo que combinamos faltou um pouco mais de entrega, principalmente, na primeira parte. Taticamente erramos situações que batemos, que em termos de estratégia, havíamos definido e trabalhando em cima. Acho que (os gols) são dois lances evitáveis. São posicionamentos que a gente poderia ter ocupado melhor espaço e neutralizado. São erros que pesam bastante, disse Sampaio.

Como gosto de dizer, a divindade gosta de vestir Alvinegro em certos momentos e abençoa o time do Rei. O cenário do segundo tempo estava desenhado para uma ampliação no placar rival, mas aos 44 minutos Godoy cabeceou no braço adversário e conseguiu um pênalti, convertido por Tiquinho Soares.

No segundo tempo, apesar do Santos ter feito apenas duas finalizações no alvo, o jogo foi outro. Além dos dois chutes com perigo no gol de Rafael, o Peixe acertou o suporte da rede em duas oportunidades - na péssima tomada de decisão de Verón, ao final da partida, e com Tiquinho, logo no início da segunda etapa.

O fato do técnico são paulino ter mexido favorecendo sua defesa, colocando linha de cinco, com três volantes a frente, chamou o Santos para o jogo, mas não se viu a postura apática dos primeiros 20 minutos - admitida pelo próprio treinador Santista.

Com 93 minutos, Thaciano cabeceou de forma muito exitosa, colocando a bola no ângulo de Rafael, que fez uma das defesas mais bonitas e elásticas do Brasileirão até aqui. Foi um gol para o time da casa, que vivia seu pior momento no jogo.

E me perdoem os Santistas da alta audiência do BLOG, não seria justo o Peixe sair da capital com um resultado que não fosse uma derrota. Principalmente pela postura. O São Paulo ganhou o jogo em 20 minutos.

O discruso da diretoria que foi montado um elenco competitivo já não cabe mais. Ou se cabe, precisa ser adicionado o adjetivo desequilibrado. 

Se contrataram bons nomes do meio para a frente, com a grata surpresa do surgimento do Bontempo, esqueceram que para jogar série A precisa de meio-campo mais rápido, que te dê a possibilidade de atuar até com três + um "enganche", como se diz na Argentina. As opções Santistas não dão ao treinador essa viabilidade.

Outro ponto, sem a opção de Soteldo e Rollheiser jogando por dentro, o Santos não tem jogador que quebre linhas - especialmente quando Barreal sai. Guilherme não tem e nunca terá essa característica e estava algo além de cansado nos 10 minutos finais.

O elenco folga nesta segunda-feira (21) e volta aos treinos na terça (22) com César Sampaio ainda no comando de forma interina. Não se descarta a efetivação do ex-volante revelado na Vila, apesar da prioridade ser um nome do mercado. 

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 2 X 1 SANTOS

Local: Estádio do Morumbis, São Paulo (SP)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Cartões amarelos: Sabino, Marcos Antônio, Rafael, Alisson, Matheus Alves, Rodriguinho, Enzo e Zubeldía (São Paulo); Rollheiser e Tiquinho (Santos)

GOLS: Ferreirinha, aos 9 do 1ºT, André Silva, aos 22 do 1ºT (São Paulo); Tiquinho Soares, aos 44 do 1ºT (Santos)

SÃO PAULO: Rafael; Cédric (Igor Vinícius), Sabino, Ruan e Enzo Díaz; Alisson, Marcos Antônio (Rodriguinho) e Alves (Ferraresi); Lucas Ferreira (Bobadilla), André Silva e Ferreira (Lucca).
Técnico: Luis Zubeldía

SANTOS: Gabriel Brazão; Léo Godoy (JP Chermont), Zé Ivaldo, Gil e Escobar; João Schmidt (Thaciano), Gabriel Bontempo (Pituca) e Rollheiser; Barreal (Veron), Guilherme (Deivid Washington) e Tiquinho Soares.
Técnico: César Sampaio (interino)
Tiquinho marcou seu sexto gol pelo Peixe, mas o primeiro no Brasileirão

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS 

Brazão - Fez uma saída cara a cara no segundo tempo e uma defesa no meio do gol no primeiro. O São Paulo deu seis chutes, dois foram gols, um na meta e outros para fora. - 5,5

Godoy - Parece repetitivo, mas não. Marcou André Silva em distanciamento social no primeiro gol - no modo pandemia de ser. Estava perdido com a movimentação constante de Ferreirinha. Vou dar um desconto por ter forçado o pênalti. - 4,0

Zé Ivaldo - Não diria o pior jogo, mas os piores 20 minutos dele com a camisa Santista - após ser o melhor em campo contra o Galo. Cometeu o mesmo erro do jogo contra o Vasco nos dois gols - focou na bola e esqueceu o jogador. - 4,0

Gil - Colabora no primeiro gol do adversário, porque Zé Ivaldo abandona e o camisa quatro não faz a cobertura. - 4,5

Escobar - Teve oito desarmes, mas perdeu a posse de bola em 18 oportunidades. Apesar do bom número defensivo, foi o jogo onde o lateral-esquerdo Santista mais sofreu na parte defensiva. - 4,5

Schmidt - Falha no primeiro gol, porque demorou para soltar a bola - deficiência na saída de jogo, parte crucial para um primeiro volante. Falha no segundo, pela falta de velocidade na recomposição, com divisão de responsabilidade claro - não foi único culpado. Lento com e sem a bola. - 3,5

Bontempo - Assim como Schmidt, não gostei do garoto na marcação, principalmente no posicionamento. Ofensivamente já teve mais destaque, mas ainda produzia algo, apesar de pouco. - 5,0

Rollheiser - Fez um primeiro tempo ruim como os demais, porém cresceu demais na segunda etapa, especialmente nas bolas paradas. O argentino que cruza para Thaciano quase empatar. - 5,5

Barreal - Não conseguiu repetir a ótima atuação que fez no último jogo, quando foi mais ativo nos demais setores, sem ficar preso ao lado direito. Pode finalizar mais. - 5,0

Tiquinho - O camisa nove se mostrou o mais incomodado com o mau momento do time no primeiro tempo - principalmente por não estar recebendo passes em condições de finalizar. Deu um passe magnífico para Verón no final do jogo, que deveria ter devolvido o presente, mas desperdiçou com uma péssima finalização. - 6,0

Guilherme - Muito brigador e voluntarioso, mas só isso não basta. Do Paulista para o Brasileirão, sua conversão de gols caiu de 20% para 0%. Está jogando longe da meta, o que influencia, mas seu aproveitamento nas finalizações também caiu em 12%. - 4,0

Verón - Tomadas de decisões ironicamente invejáveis. - 3,5

Pituca - Dá outra velocidade ao meio-campo. - 5,0

Chermont - Acabou a farra de Ferreirinha quando o menino entrou. - 5,0

Thaciano - Tem presença de área. Sua entrada de forma circunstancial é importante. - 5,5

Deivid - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 



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