Desde 2018 e 19 o Santos não participava de duas semi-finais consecutivas no Paulistão. Com Neymar, Caixinha e companhia isso voltou a acontecer. O placar de 2x0 sobre o Bragantino faz com que o Peixe aguarde o jogo do São Paulo, nesta segunda-feira (03), para saber se enfrenta Palmeiras ou Corinthians. Neymar e Schmidt marcaram os gols.
O "Little Box" não mexeu em exagero no time titular. Brazão, que se ausentou da rodada derradeira da primeira fase com lombalgia, retornou à meta Santista na vaga de João Paulo.
A cada partida o quarteto mágico tem se encontrado e se entrosado mais. Neymar, Soteldo, Guilherme e Tiquinho fizeram coletivamente a melhor partida desde que começaram a jogar juntos com frequência.
A grande partida realizada pelos melhores jogadores do time, tecnicamente falando, fez com que também fosse o jogo com mais oportunidades criadas pelo time Santista, mas faltava o capricho no último passe na imensa maioria das vezes.
Neymar, que marcou de falta aos oito minutos, e Soteldo com finalização de longe, foram as únicas chegadas do time de Caixinha que exigiram do goleiro Cleiton - que aceitou a cobrança do camisa 10 e defendeu a do baixinho.
Eu contei pelo menos quatro oportunidades que o ataque Alvinegro desperdiçou por errar tomada de decisão e/ou assistência para finalização no último terço.
"Nos deram espaços no primeiro tempo, e esses espaços nos permitiram chegar com qualidade, mas não finalizar com qualidade. Acho que isso ficou um pouco claro."
Em razão do cartão amarelo sofrido por Bontempo no primeiro tempo, Caixinha foi obrigado a substituir o menino da Vila por Pituca. O time perdeu o homem do "box to box", mas ganhou em controle da posse, já que com 55 minutos Schmidt liquidou a fatura.
Muito em razão das tomadas de decisão erradas no primeiro tempo e a desnecessidade de acelerar o jogo na segunda etapa fizeram com que o Peixe terminasse o jogo com quatro finalizações a menos do que a sua média no campeonato - que é de 14.4 por jogo.
Não existe o "se" no futebol, mas era jogo para o Alvinegro ir para o intervalo com o placar definido e talvez uma goleada histórica. Não aconteceu, mas de forma controlada a semi-final do estadual está de volta na vida do torcedor do Santos.
Claro que o fato do Bragantino, com a maioria dos titulares em campo, ter jogado na quinta-feira (27) pela Copa do Brasil, na Paraíba, influenciou na parte física dos jogadores, mas o time de Caixinha também tem seus méritos.
Afirmo com tranquilidade que o melhor futebol das últimas sete rodadas pertence ao Santos Futebol Clube. São quatro vitórias, dois empates, uma derrota para o Corinthians jogando melhor na casa adversária, 13 gols marcados e quatro sofridos.
Números não entram em campo, ainda mais num clássico de semi-final, mas é um fato que o Santos com Neymar bem, o time inicial encontrado e os reforços que chegaram, tem condições de bater finalista, como não teve em anos passados.
Nesta segunda-feira (03), o São Paulo enfrenta o Novorizontino, no Morumbis. Caso o São Paulo vença no tempo normal, o Peixe enfrenta o Corinthians nas semis. Caso o rival passe nos pênaltis, ou o time do interior passe de qualquer forma, o adversário Santista será o Palmeiras.
A possibilidade matemática do Alvinegro jogar em casa é zero.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 0 RED BULL BRAGANTINO
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Raphael Claus
Cartões amarelos: Gabriel Bontempo e Gil (Santos) / Matheus Fernandes (Red Bull Bragantino)
Público: 14.832 torcedores
Renda: R$ 1.127.732,50
GOLS: Neymar, aos 8' do 1ºT, e João Schmidt, aos 10' do 2ºT (Santos)
SANTOS: Gabriel Brazão; JP Chermont, Zé Ivaldo, Gil e Escobar; João Schmidt, Gabriel Bontempo (Diego Pituca) e Neymar (Gabriel Veron); Soteldo (Rollheiser), Tiquinho Soares (Thaciano) e Guilherme (Luan Peres).
Técnico: Pedro Caixinha
RED BULL BRAGANTINO: Cleiton; Hurtado, Pedro Henrique, Guzmán Rodríguez e Juninho Capixaba; Matheus Fernandes (Eric Ramires), Gabriel (Vitinho) e Jhon Jhon (Fernando); Mosquera (Lucas Barbosa), Vinicinho (Thiago Borbas) e Pitta.
Técnico: Fernando Seabra
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Neymar é o quinto jogador com mais participações em gol no estadual |
Brazão - Trabalhou com dificuldades em apenas três oportunidades, todas no segundo tempo. - 7,0
Chermont - Fez movimentações interessantes junto com Bontempo e Soteldo. Quando o camisa 49 saiu, o 44 guardou mais posição. - 6,0
Gil - Como gosto de dizer - os números não costumam mentir. São quatro jogos seguidos como titular e apenas um gol sofrido. Isso passa pelo coletivo que cresceu, mas o camisa quatro trouxe outra segurança para a defesa. Os adversários respeitam e fisicamente está bem acima em relação à temporada passada. - 6,5
Zé Ivaldo - No alto um primor e na bola longa idem. Este mantém a regularidade desde a estreia de Neymar. - 6,5
Escobar - Terminou o jogo com seis desarmes e cinco interceptações. O fato do Mosquera estar jogando de lado invertido ajuda? Sim, mas não tira o mérito do argentino, que contra equipes de Série A não fez um jogo ruim. - 7,5
Schmidt - Se há um ano atrás Neymar, ainda jogador do Al-Hilal, elogiou seu futebol ele faria isso novamente nessas quartas de final. Novamente com cinco lançamentos e um aproveitamento de 60%. - 7,0
Bontempo - Movimentações interessantes e um jogo associativo com Soteldo e Chermont muito bem treinado. Pode finalizar mais de média distância. Numa oportunidade que teve de fazer isso, preferiu dar mais um drible e tomou cartão por simulação. - 6,0
Neymar - A cada jogo vem crescendo no quesito ritmo de jogo. Chegou ao terceiro gol de bolas paradas e de jeitos diferentes - um de pênalti, um de escanteio e agora de falta. Teria outras duas oportunidades se os companheiros caprichassem no passe. - 7,5
Soteldo - Assim como Bontempo, pode finalizar mais. Assim fez e levou perigo aos 47 do primeiro tempo. Falar do seu um contra um é chover no molhado, mas o que o baixinho tem se comprometido com a defesa e até aparecendo como volante quando necessário, não está escrito nos gibis. - 7,0
Tiquinho - Sofreu pela marcação individual dos zagueiros adversários, já que não tem tanta velocidade. Por isso foi o mais apagado do ataque, quando se fala de ter a bola. Por outro lado, abre espaço para Guilherme, Neymar, Soteldo e Bontempo ultrapassarem. - 6,0
Guilherme - Individualmente o menos brilhante do ataque, apesar de que, assim como Neymar, foi prejudicado por escolhas erradas dos companheiros, especialmente no primeiro tempo. - 6,0
Pituca - Ao contrário de Bontempo, ficou mais lado a lado com Schmidt, até pela situação do jogo já quase definido. - 6,0
Thaciano - SEM NOTA
Rollheiser - SEM NOTA
Veron - SEM NOTA
Luan Peres - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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