Agora é juntar os cacos para o Brasileirão que começa daqui três semanas, já que o Santos não repete feito do ano passado e cai na semi-final do estadual. Além de rever o Corinthians na Neo Química Arena, após jogo que marcou uma virada de chave para o Peixe, o placar também foi reproduzido - 2x1 para o rival. Tiquinho marcou para o time de Vila Belmiro, Yuri Alberto e Garro classificaram os mandantes.
Caixinha poderia, pela primeira vez, recolocar a mesma escalação que venceu bem o Bragantino nas quartas de final. Porém Neymar, que sequer fez os dois treinos que antecederam o clássico, ficou de fora por problema na coxa. A ausência foi explicada pelo comandante.
"A única coisa que foi pensada é que o jogador tinha um desconforto e com desconforto não iria arriscar o jogador. Quando o jogador sente algo e pode lesionar, não vou arriscar nesse sentido. Precisa conversar diretamente com o jogador. Vamos fazer de tudo para o Neymar não se lesionar. Não vamos fazer caso. Sentiu um desconforto e não estava em condições de dar o seu melhor."
Thaciano substituiu o camisa 10.
Falamos no "Debate Santista" e na "Live Pré-Jogo", realizada na AQTV, que o jogo poderia ser decidido por quem abrisse o placar nos 20 primeiros minutos - e isso de fato aconteceu. Com 11 minutos, Yuri Alberto aproveitou a desatenção da defesa Santista com a linha de impedimento e abriu o placar.
Esse foi o 10° gol de bola aérea sofrido em 2025. Detalhe: o Peixe sofreu 16 gols no ano e ainda estamos iniciando março.
Com Soteldo menos voluntarioso do que em outrora, os volantes Bontempo e Schmidt marcavam três meio-campistas adversários e ainda Memphis, que descia como falso nove.
Com 35 minutos, Caixinha mandou Soteldo para a esquerda, Guilherme para direita e Thaciano por dentro. O camisa 16 ficava lado a lado com Tiquinho quando o time tinha a bola e descia para a segunda linha quando perdia a posse.
O time posicionado dessa forma viveu seu melhor momento no jogo. Brazão não foi sequer acionado no período e o Alvinegro empatou o jogo com Tiquinho de cabeça, aos 38. Também haviamos alertado que dos 19 gols sofridos na temporada até então pelo rival, 11 foram jogadas de cruzamentos, sejam eles rasteiros ou no alto.
No intervalo, Caixinha voltou à disposição original do meio e ataque. Mais uma vez o Corinthians foi soberano no meio-campo e ampliou seu marcador, com Garro aos 10 minutos.
Bontempo saiu para caçar na direita, Thaciano e Schmidt praticamente colaram na linha de zaga, deixando Garro livre. Um convite ao prazer para o jogador rival.
Depois do gol sofrido, Caixinha colocou Barreal e Rollheiser, esse inclusive acho que deveria ter começado o jogo. Saíram Bontempo e Thaciano. O Menino da Vila estava bem no jogo.
Os argentinos formaram um tripé de meio-campo com Schmidt, ficando à frente do camisa cinco.
Apesar da melhora Santista ter sido significativa, Rollheiser, por duas vezes, e Tiquinho, tiveram finalizações mas nada que preocupasse Hugo Souza.
Um jogo que poderia ter 90 minutos, acabou com 80 - não literalmente. Zé Ivaldo deu entrada durísssima em Yuri Alberto e foi merecidamente expulso. O jogo se encerrou ali. O time de Caixinha já não tinha mais forças.
Se Neymar podia jogar ou não, se tinha condições, isso só o tempo vai dizer, eu posso falar do que eu vi. Estava com baixíssima mobilidade e muita dificuldade na hora do aquecimento e quando o exercício era de corridas leves, o jogador sequer participava.
Mas uma situação é fato, com Soteldo pouco inspirado e a ausência de um coordenador de jogadas na titularidade tornam time dependente do Príncipe. Sem o craque o aproveitamento é de 33,3%, com ele dobra para 66,6%.
O Menino da Vila, já nem tão menino assim, conheceu pela primeira vez, após seis disputas, o gosto de ficar fora da decisão do Paulistão, competição da qual tem três títulos e dois vices.
Este elenco não sofre no Brasileiro, como aconteceu nas últimas três disputas na elite. Mas com Neymar e outros valores no elenco a cobrança tem que ser maior e, por isso, é nítido que o time precisa de contratações pontuais na janela de exceção que se inicia hoje (10).
O time sentiu falta de um primeiro volante mais veloz, já que Schmidt sofre quando joga em inferioridade numérica, uma reposição ao Chermont que não estava confiante no jogo e principalmente um zagueiro rápido para disputar posição com Gil e Zé Ivaldo.
Caixinha terá três semanas para, além de dar mais a sua cara ao time, ajeitar a parte física que faz muita diferença para criar gordura no começo da competição nacional. Em 2022, Fábian Bustos aproveitou a eliminação do estadual para focar na parte física dos atletas e chegou a ser líder do campeonato. Que o português utilize essa intertemporada da melhor forma.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 1 SANTOS
Local: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)
Árbitro: Matheus Delgado Candançan
Cartões amarelos: Angileri, Charles, Memphis Depay e Alex Santana (Corinthians); Gil (Santos)
Cartões vermelhos: Zé Ivaldo e Escobar (Santos)
GOLS: Yuri Alberto, aos 11' do 1ºT (Corinthians); Tiquinho Soares, aos 37' do 1ºT (Santos); Rodrigo Garro, aos 10' do 2ºT (Corinthians)
CORINTHIANS: Hugo Souza; Matheuzinho, Félix Torres, Gustavo Henrique e Angileri (Matheus Bidu); Raniele (Ryan), José Martínez, André Carrillo (Breno Bidon) e Rodrigo Garro (Alex Santana); Memphis Depay e Yuri Alberto (Romero).
Técnico: Ramón Díaz
SANTOS: Gabriel Brazão; JP Chermont (Leo Godoy), Gil, Zé Ivaldo e Escobar; João Schmidt, Gabriel Bontempo (Rollheiser) e Thaciano (Barreal); Soteldo, Guilherme e Tiquinho Soares (Deivid Washington).
Técnico: Pedro Caixinha
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O Peixe terá três semanas livres antes de estrear no Brasileirão |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Brazão - Fez dois milagres no segundo tempo que evitaram uma goleada. Culpa zero nos gols. - 6,0
Chermont - Fez o caminho inverso do time. Fez bons primeiros 10 minutos e caiu muito depois do primeiro gol sofrido, que foi nas costas do menino. Estava bem posicionado, mas preferiu dar um passo atrás e deixou Yuri Alberto em condição legal. Teve 22 perdas de bola - 4,5
Gil - O melhor da defesa. Anulou Memphis e não sofreu no alto. - 6,0
Zé Ivaldo - Assim como em quase todo campeonato vinha fazendo uma partida bem correta, tanto que os gols sofridos não saem de falhas da zaga, como na primeira fase, mas deu um carrinho desnecessário ao final do jogo que prejudicou a equipe. - 4,5
Escobar - Tem muito crédito pela primeira fase que fez, mas não foi bem no clássico. O fato do SCCP não jogar com pontas, fez com que o argentino aparecesse pouco na marcação. Foi expulso no último lance do jogo. - 4,5
Schmidt - Infelizmente tenho que dizer que terá pesadelos com Garro. Claro que a inferioridade numérica que o meio-campo Santista sofreu durante 80% do jogo precisa ser citada, mas o camisa cinco, principalmente quando a marcação era individual, sofreu demais contra o oito adversário, que marcou o segundo gol na região do volante Santista. - 4,0
Bontempo - O melhor do Santos no jogo. Muita personalidade por ser seu primeiro campeonato profissional. Sofreu duas faltas, duas delas perigosas, e obrigou o adversário a tirar uma bola em cima da linha. - 6,5
Soteldo - Foi bem quando começou a jogar pelo lado do campo. Caixinha deveria ter mantido o camisa sete pela esquerda. - 5,5
Thaciano - Pelo lado do campo foi pouquíssimo participativo e quando jogou por dentro o time melhorou coletivamente, mas o camisa 16 até aqui decepcionou quando não atuou como centroavante. - 4,0
Tiquinho - Além do gol marcado, o camisa nove durante 60 minutos fazia paredes com maestria, depois cansou. Normal para quem chegou com o carro andando e, com 34 anos, corre até para marcar na segunda linha, que não é sua função. - 6,5
Guilherme - O camisa 11 sofre com a falta de um coordenador de jogadas que aproveite a sua principal virtude - a velocidade. Olhando de fora, me parece que não vive seus melhores dias na parte física. - 5,0
Barreal - Entrou como meia pela esquerda e deu dinâmica ao time. Nada decisivo, mas empolgante o jogo do argentino. - 5,5
Rollheiser - Este sim deu outra cara à equipe. Tinha que ter começado como titular. Um dos poucos que achou espaço para finalizações no segundo tempo. - 6,0
Deivid - SEM NOTA
Godoy - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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