PLANO DE JOGO BOM, ESOLHAS RUINS

Publicado às 13:41 desta quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
(*) Pedro La Rocca
Com apenas uma vitória em três clássicos disputados, o Santos de Caixinha vai se complicando na busca pela classificação à segunda fase do campeonato estadual. Com a derrota para o Corinthians por 2x1 na última quarta-feira (12), na melhor atuação coletiva do time no ano, o Peixe segue na terceira colocação do seu grupo.

Yuri Alberto marcou duas vezes para os mandantes, enquanto Guilherme descontou para o Alvinegro de Vila Belmiro.

Taticamente o Santos engoliu os corinthianos. Marcação individual bem feita na saída de bola, que originou duas grandes oportunidades nos primeiro minutos para a abertura do placar, exploração de espaços nas costas dos volantes por parte de Thaciano e Neymar.

Além disso, a saída de três com Luan Peres, fazendo um falso lateral pela esquerda, vinha dando certo, já que o time de Ramón Díaz marca com Yuri e Memphis na primeira linha, o que gerou superioridade aos defensores de Caixinha.


O rival foi para o intervalo vencendo por 2x0, com dois gols de bola aérea nas costas de João Basso. No primeiro, aos 16 minutos, Yuri abriu o placar após tomar a frente do zagueiro Santista. Aos 43, Memphis nas costas do mesmo jogador, só ajeitou para o ex-Santos completar.

“Acho que o jogo que fizemos é dentro do que queremos fazer e dos nossos comportamentos. Fomos penalizados com os gols em erros individuais. Foram duas perdas de bola que também não podem acontecer. É um todo e fomos penalizados após termos feito 20 minutos fantásticos”

Não há plano de jogo, que só foi testado em um treinamento, que se sustente após estar perdendo por 2x0, ainda por cima num clássico do nível de Santos e Corinthians.

Com um atraso de 10 minutos após o intervalo, Caixinha colocou Escobar e Chermont, desfazendo o esquema com três zagueiros de ofício. 12 minutos depois colocou Soteldo e Bontempo. Foi quando o Santos voltou a sonhar em sair com um ponto de Itaquera.

Aos 78, Guilherme aproveitou cruzamento de Escobar e diminuiu a fatura. Com 92, Thaciano teve a bola do jogo, com Hugo vendido no lance, mas cabeceou no susto e perdeu. 

Não dá para culpar só o camisa 16, até porque Neymar, Tiquinho e Léo Godoy perderam três gols importantes na primeira etapa que poderiam trazer um enredo diferente para o clássico - mas não aconteceu.

Com um treino realizado, entendo que Caixinha achou o plano de jogo que deve adotar. Os resultados são ruins, mas já vi trabalhos muito piores nos últimos quatro anos em Vila Belmiro - inclusive o último.

Espero que as palavras dele na coletiva, de que o time não precisa contratar defensores, seja apenas uma gestão de grupo, porque tomar nove gols de bola aérea em nove jogos e ser a segunda pior defesa do campeonato, para o que eu entendo de futebol não é nada normal.

Se o treinador começa a ver uma luz no fim do túnel, de uma maneira que o seu time possa render, chegou a hora de resultados. Ele terá dois treinamentos para esboçar o time que vai a campo no domingo (16), em Vila Belmiro, para enfrentar o Água Santa.

Agora é vencer, ou vencer. Porque senão, um trabalho que me parece promissor caso cheguem contratações pontuais, pode ser interrompido pelos resultados.

FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 1 SANTOS

Local: Neo Química Arena, em São Paulo, SP
Árbitro: Edina Alves Batista
Cartões amarelos: Matheuzinho, Raniele, Ryan e André Ramalho (Corinthians); Luan Peres, Tiquinho Soares e Zé Ivaldo (Santos)
Público: 48.169 torcedores
Renda: R$ 2.953.248,30

GOLS: Yuri Alberto, aos 16' do 1ºT (Corinthians); Yuri Alberto, aos 43' do 1ºT (Corinthians); Guilherme, aos 33' do 2ºT (Santos)

CORINTHIANS: Hugo Souza; Matheuzinho (Léo Mana), André Ramalho, João Pedro Tchoca e Matheus Bidu; Raniele (Alex Santana), José Martínez (Ryan), André Carrillo e Rodrigo Garro (Talles Magno); Memphis Depay (Ángel Romero) e Yuri Alberto.
Técnico: Ramón Díaz

SANTOS: Gabriel Brazão; Leo Godoy (JP Chermont), Zé Ivaldo, João Basso (Escobar) e Luan Peres; Tomás Rincón (João Schmidt), Diego Pituca (Gabriel Bontempo), Thaciano e Neymar (Soteldo); Guilherme e Tiquinho Soares.
Técnico: Pedro Caixinha
Guilherme anotou seu quarto gol em clássicos em 2025

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Com exceção aos gols, o Corinthians praticamente não atacou. Foram outras duas finalizações no alvo, mas sem perigo algum. - 5,5

Léo Godoy - O fato de estar avançado como ponta deixa uma lacuna enorme no corredor direito. Se tivesse um zagueiro rápido por ali tudo bem, mas era o Basso. Tentou 14 passes e errou sete, tentou um cruzamento e errou. Visivelmente abalado psicologicamente. - 3,5

Basso - Falhou diretamente nos dois gols. Não tem combate. - 3,0

Zé Ivaldo - Ganhou todas no alto e venceu quase todos os duelos pelo chão. Se falta combate ao seu companheiro de zaga, sobra para o camisa dois, que exagera em muitos momentos, mas vem numa grande sequência. - 6,5

Luan Peres - Caiu junto com o time. Quando era necessário se desfazer da linha de três para ter profundidade, não era possível, pois não tem essa característica. Vivendo um momento ruim na zaga, entendo que a lateral pode ser um recomeço para o ótimo defensor. - 5,5

Rincón - Tinha a responsabilidade de marcar Garro, o que não foi feito da melhor maneira, porque o camisa oito adversário não tinha marcação nenhuma por perto e conseguiu achar Memphis na construção do segundo gol. - 5,0

Pituca - Assim como Luan Peres, caiu junto com o time. Fez 40 minutos razoáveis, se aproximando da atuação contra o São Paulo, mas depois teve uma queda. - 5,5

Neymar - O melhor jogo do "Príncipe" desde o seu retorno. Não em sua totalidade, porém está mais maleável em campo. Está mais experiente e fala muito com os companheiros durante o jogo. Deu quatro passes decisivos, que não foram aproveitados pelos companheiros. - 7,0

Thaciano - Sua posição é de fato como quarto homem de meio, fechando em alguns momentos o corredor direito do campo. Foi achado várias vezes entrelinhas pelos companheiros. Cansou no segundo tempo. - 6,0

Tiquinho - Ganhou apenas dois de 13 duelos. Está longe da forma física ideal. - 4,0

Guilherme - Teve 16 perdas de posse de bola. Luan Peres e Pituca passaram três vezes em profundidade e o camisa 11 preferiu o drible curto, que não está no seu arsenal de valências. - 5,0

Chermont - Taticamente muito bem, tecnicamente nem tanto. Estava livre em duas oportunidades na entrada da área e os companheiros não o procuravam, mas tem boa finalização de média distância. - 5,5

Escobar - No geral não gostei novamente, acho que Luan Peres, será titular assim que voltar de suspensão contra o Noroeste. Mas preciso ser justo. Com pouco refino técnico, o "El Loco" acertou um cruzamento com a perna ruim na cabeça de Guilherme para diminuir o placar. - 5,5

Soteldo - Se a Edina fosse criteriosa um drible do baixinho teria expulsado o lateral-direito adversário. O time cresceu muito com a entrada do camisa sete, pelo fato de quebrar linhas com o drible curto e atrair dobras de marcação. - 7,0

Bontempo - Deu outra dinâmica para o meio-campo. Ótima leitura tática e visão de jogo. Precisa ter mais oportunidades, até mesmo começando o jogo. - 6,5

Schmidt - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

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