EFEITO NEYMAR: PRIMEIRO CLÁSSICO COM VITÓRIA

Publicado às 01:52 deste domingo, 02 de fevereiro de 2025
(*) Pedro La Rocca

O Santista não poderia ter um final de semana melhor. Apresentação do seu maior ídolo vivo, que retorna para casa, e primeira vitória em clássicos no ano e de virada, algo que não acontecia desde março/24, no mesmo Campeonato Paulista. Os gols da vitória por 3x1 sobre o São Paulo foram marcados por Guilherme (duas vezes) e Bontempo no lado Alvinegro e Lucas Moura no lado visitante.

Caixinha fez apenas duas mudanças no time titular. No preocupante lado direito, o comandante fez Godoy regressar para a lateral, tirou Chermont do time e promoveu a entrada de Bontempo para jogar avançado. 

Na esquerda, o menino Souza vai precisar passar por cirurgia no tornozelo e ficará fora por três meses. O outro menino Vinicius Lira foi pela primeira vez titular no time profissional.

O fato do Caixinha não ter mudado nada no meio-campo inicialmente preocupou. O São Paulo ataca com cinco no corredor central e todos com certa qualidade. O português manteve Soteldo e os dois volantes do último jogo. 

"Se o nosso tivesse em uma posição mais central, o Guilherme precisaria fechar esse espaço anterior. Quando a dinâmica ia para fazer um momento de pressão na esquerda, ia na dinâmica de subida do Igor.  E o Lira vinha dentro com o Lucas para anular essa dinâmica. Como o São Paulo fazia uma construção a três, o Soteldo e o nosso centroavante dividiam. E o Soteldo ia pelo outro lado. Quando você ia no Enzo, tínhamos a opção de fechar o trio. A ideia foi de, no sentido de, em momentos de pressão, criar a partir daí para um gol a quatro".

Em bloco baixo Bontempo e Guilherme, ao invés de assistirem o lateral pelo lado do campo, na maioria das vezes os pontas fechavam por dentro para evitar a superioridade numérica do seu adversário. Oscar, Luciano e Lucas não levitaram em campo como no clássico contra o Corinthians.

O fato do time Santista estar muito organizado taticamente, fez com que Gabriel Brazão fizesse sua primeira defesa apenas aos 45 do segundo tempo. 15 minutos antes Kevyson tirou uma bola em cima da linha e a exceção do gol adversário, o Peixe não sofreu defensivamente. 

Empatar aos 41 minutos e descer ao vestiário com o placar igual e a moral lá em cima. Tenho minhas dúvidas do que aconteceria na etapa final se o São Paulo começasse-a vencendo.

Apesar de apenas 28% de posse de bola no segundo tempo, o Santos foi quem construiu as melhores jogadas. Em finalizações ficou 8x8, mas Rafael trabalhou infinitamente mais do que Brazão.

Além dos gols, Soteldo (10 minutos), Guilherme (12 minutos) e Miguelito (35 minutos) perderam grandes oportunidades que decretariam uma goleada histórica na Vila, mas não aconteceu.

Os dois gols tiveram uma coincidência. Tiquinho Soares, fazendo o pivô, iniciou a jogada de ambos clareando as jogadas de uma maneira de quem conhece do riscado. Me parece que em poucos dias, os companheiros já se acostumaram com o estilo de jogo do centroavante.

Se é o efeito Neymar não dá para dizer, mas que o time entrou no mesmo ritmo é inegável. Especialmente no segundo tempo o Santos não perdeu uma segunda bola e dificilmente perdia um duelo, seja aéreo ou rasteiro.

O clássico não marcou apenas a primeira vitória contra um rival em 2025, mas também o gol 13 mil na história do time mais artilheiro do mundo. O tento marcante foi de Guilherme.

Caixinha confirmou que quarta-feira (05), no duelo contra o Botafogo-SP, marcará a reestreia de Neymar com a camisa que lhe revelou para o mundo. O português não soube dizer por quantos minutos o torcedor Santista poderá ver o craque.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 3 X 1 SÃO PAULO

Local: Vila Viva Sorte, em Santos (SP)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira
Cartões Amarelos: Rincón, Tiquinho Soares, Zé Ivaldo e Léo Godoy (Santos); Sabino, André Silva e Ferreira (São Paulo)
Cartão Vermelho: Pedro Caixinha
Público: 14.268 torcedores.
Renda: R$ 647.143,02

Gols: Lucas, aos 34 do 1ºT (São Paulo); Guilherme, aos 42 do 1ºT e aos 27 do 2ºT, Gabriel Bontempo, aos 7 do 2ºT (Santos)

SANTOS: Gabriel Brazão; Leo Godoy, Zé Ivaldo, Luan Peres e Vinicius Lira (Kevyson); Tomás Rincón, Diego Pituca e Gabriel Bontempo (Miguelito); Soteldo (João Schmidt), Tiquinho Soares e Guilherme (Lucas Meirelles).
Técnico: Pedro Caixinha.

SÃO PAULO: Rafael; Igor Vinícius (Ferraresi), Arboleda, Sabino e Enzo Díaz (Ryan Francisco); Pablo Maia (Ferreira), Alisson, Oscar e Lucas; Luciano (Erick) e Calleri (André Silva).
Técnico: Luis Zubeldía.
O "amado" chegou aos sete gols na temporada

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Não falhou no gol e só voltou a trabalhar aos 30 minutos da etapa final. Brazão fez apenas uma defesa complicada no jogo, perto dos acréscimos. - 6,0

Léo Godoy - No primeiro tempo não comprometeu na marcação, mas errou tudo que tentou. Mérito para ele que se recuperou na etapa final e foi importante na movimentação sem bola para Bontempo marcar o segundo gol. - 5,0

Zé Ivaldo - Ganhou todas de Calleri, seja no chão ou no alto. Na maioria das divididas foi inteligente, porque o argentino é malandro nesse tipo de jogada. Melhor jogo do camisa dois pelo Santos. - 6,5

Luan Peres - Se o seu companheiro de zaga ganhou todas de Calleri, não dá para dizer o mesmo do camisa seis, que fez um bom jogo no geral, mas perdeu duas vezes para o argentino no lance do gol. Depois cresceu na partida especialmente na saída de bola. - 5,5

Lira - Começou o jogo bem nervoso, até porque foi titular pela primeira vez no profissional num clássico. O gol de empate foi tiro e queda para o menino. A partir dali fez ações com bola com mais tranquilidade. Começou a jogada do segundo gol. Guri tem futuro. - 6,5

Rincón - Assim como grande parte do time, cresceu após sofrer o gol. É muito importante na orientação dos companheiros em campo. Falta primor técnico e velocidade, mas sobrou inteligência. - 6,0

Pituca - A melhor partida do capitão desde o seu retorno. No primeiro tempo já tinha servido Guilherme no facão e voltou a fazer no segundo e assim saiu o terceiro gol. Um pulmão e presença no meio campo invejáveis. - 7,5

Soteldo - Faltou a finalização para desencantar em 2025, mas foi bem como coordenador de jogadas especialmente no segundo tempo, dando assistência para o segundo gol. - 6,5

Bontempo - Assim como Lira, o Menino da Vila começou tímido, mas quando se soltou, no segundo tempo, foi um dos destaques. Muito importante taticamente para frear as subidas do lateral Enzo Díaz. Deu a assistência para o primeiro gol e marcou o segundo. - 7,0

Tiquinho Soares - O que este jogador, com 34 anos, correu não está escrito nos livros de história. Fez a parede e a casquinha maravilhosamente bem. Não aparece nas estatísticas, mas participou diretamente dos três gols. - 8,0

Guilherme - Com 40 jogos a menos já passou da metade dos gols que marcou em 2024. No primeiro gol foi oportunista, mas no segundo fez um facão maravilhoso. Chover no molhado falar da sua inteligência tática. - 8,0

Kevyson - Muita vontade e foi coroado com uma bola que tirou em cima da linha quando ainda faltava 20 minutos. - 6,5

Miguelito - Entrou numa velocidade inferior a de Bontempo. Desperdiçou uma grande chance na pequena área aos 35 minutos. - 5,5

Schmidt - Ao contrário dos outros jogos foi muito bem. Com pouco mais de 25 minutos em campo, deu dois desarmes. Destaco que quando entrou, gesticulava bem e posicionava o time. - 6,5

Luca - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 


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