ANTOLÓGICO

Publicado às 01:23 desta segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
(*) Pedro La Rocca

Bastaram apenas 31 minutos para o Santos definir e assegurar sua vaga entre as oito melhores equipes do estado. Com dois gols de Tiquinho Soares e um antológico de Neymar, o Alvinegro encerra a primeira fase com 18 pontos. A vitória por 3x0 rebaixou a Inter de Limeira, adversária deste domingo (23).

Caixinha enviou o 12º time diferente a campo em 12 jogos do estadual. O português não conseguiu repetir uma equipe titular sequer. Contudo, a única alteração que o Mister fez foi no gol. Brazão ficou de fora com Lombalgia e João Paulo voltou a atuar após mais de oito meses.

As duas primeiras boas chances foram da equipe adversária, inclusive com o goleiro realizando grande defesa no um contra um, mas quem abriu o placar foi o Alvinegro de Vila Belmiro.

Aos oito minutos, Neymar cobrou escanteio na primeira trave e Tiquinho Soares marcou seu terceiro gol no Paulistão. 

Com 26 aconteceu um gol antológico. Na transmissão do futebol Energia em Campo mandei pararem as máquinas, porque a história do esporte estava sendo escrita naquele momento. Neymar viu o péssimo posicionamento do goleiro Igo Gabriel e marcou seu primeiro gol olímpico na carreira.

Com 31, Tiquinho encerrou a conta. O mesmo Neymar, dessa vez cobrando escanteio no centro da área, encontrou o camisa nove, que mandou um verdadeiro tiro de cabeça para o gol.

Foram três gols de bola parada, dois de cabeça. A deficiência da defesa da Inter já havia sido alertada em live pré-jogo do BLOG do ADEMIR QUINTINO, realizada no último sábado (22). A maioria dos gols sofridos pelos mandantes vieram dessa forma.

Pelo chão, não foi das melhores partidas do Alvinegro. Apesar da fragilidade do adversário e das péssimas condições do gramado do Limeirão, a equipe Santista desperdiçou pelo menos três grandes oportunidades, com Guilherme, Chermont e Soteldo, que poderiam trazer uma goleada histórica. 

Todos esses lances citados foram na primeira etapa, porque na segunda o Peixe se preocupou em controlar o ritmo e pouco criou. Foram 10 finalizações da Inter contra apenas quatro do Santos, que havia chutado 11 vezes no tempo inicial.

“Se nos últimos dois jogos a equipe esteve compacta e coesa, hoje não gostei da forma como a equipe esteve. Se expôs muito a transições do adversário. Perdemos bolas fáceis, onde não podíamos. Vamos ter valores físicos muito superiores aos outros dois jogos. Não é isso que queremos, não é a nossa forma de jogar. Tivemos que correr para trás para reorganizar. A equipe estava desequilibrada. Não foi um jogo onde tivemos grande desenvolvimento."

No intervalo, Caixinha inteligentemente tirou Zé Ivaldo, Guilherme e Tiquinho Soares para colocar Luan Peres, Veron e Thaciano. Os três não mudaram a história do jogo, mas os substituídos estavam pendurados com dois amarelos e, caso tomassem o terceiro, apesar dos cartões serem zerados nas quartas, ficariam de fora do jogo decisivo.

Dizer que o Santos trocou a roda - e várias outras peças - com o carro andando, é chover no molhado. Como costumo dizer: não acredito em coincidências. A partir do momento, que Caixinha recebeu reforços e deixou de ter escolhas que iam contra os fatos, o time cresceu de produção.

É um fato que os adversários são de qualidade inferior, porém não deixa de ser verdade que nos últimos quatro jogos, foram três vitórias, um empate, nove gols marcados e apenas um sofrido, sendo que Brazão e João Paulo deixaram de ser destaques, tendo em vista a melhora da defesa com Gil e Zé Ivaldo.

Se há duas semanas atrás havia um receio até pela classificação, já não existe mais pelas grandes três decisões que fez o time de Caixinha.

Enfrentar o Bragantino na Vila nas quartas de final fará com que o Peixe volte a ter um teste de fogo, com um adversário que passará pela sua frente em outras duas oportunidades no Brasileirão.

Os reforços terão que cavar lugar no time. Não acredito que Caixinha vá mudar muito a equipe titular - apesar que uma mudança ou outra seria ótima, pensando na maneira de jogar do time do Interior.

Para as quartas de final, o português terá um trunfo que ainda não havia recebido neste estadual: uma semana completa para trabalhar junto ao time. Que diferente da legião de últimos técnicos Santistas, Caixinha possa fazer com esse limão uma limonada, para completar os festejos de carnaval com a passagem para a semi-final do Paulistão.

FICHA TÉCNICA
INTER DE LIMEIRA 0 X 3 SANTOS

Local: Estádio Major José Levy Sobrinho, em Limeira (SP)
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araujo
Cartões amarelos: Ramon, Flávio (Inter de Limeira); Luan Peres (Santos)

GOLS: Tiquinho Soares, aos 8 e 31 do 1ºT, Neymar, aos 26 do 1ºT (Santos)

INTER DE LIMEIRA: Igo Gabriel; Felipe Albuquerque (Maurício), Gui Mariano, Carlão e Juan Tavares; Flávio, Ramon (Bernardo), Lucas Buchecha, Albano (Estevão) e Ruan Ribeiro (Pablo Diogo); Ronie Carillo (Alex Sandro).
Técnico: Márcio Fernandes

SANTOS: João Paulo; JP Chermont, Zé Ivaldo (Luan Peres), Gil e Escobar; João Schmidt, Gabriel Bontempo (Rincón) e Neymar; Soteldo (Barreal), Tiquinho (Thaciano) e Guilherme (Veron)
Técnico: Pedro Caixinha

Caixinha se livrou de grande pressão que vinha sofrendo no cargo
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Ficou quase nove meses sem jogar e a resposta foi positiva. Apesar de ainda não ter o tempo de bola ideal, fez duas boas saídas de gol, uma no um contra um e outra como líbero. - 6,0

Chermont - Mais apagado que em outras oportunidades, mas preciso ser justo, se digo que precisa melhorar na marcação, nesse jogo foram três desarmes. Aos seis minutos, perdeu gol incrível sem goleiro. - 5,5

Gil - Os números não mentem neste caso. Desde que entrou como titular, um gol sofrido apenas. - 6,0

Zé Ivaldo - Pouco exigido defensivamente falando. Titubiou no começo do jogo, mas depois seguro. Segue evoluindo na saída de bola e em Limeira quase fez um golaço estilo Joaquim em 2023. - 6,0

Escobar - O melhor da defesa. Tinha a tarefa de marcar o melhor jogador do adversário e fez com primor. Seis desarmes e no ataque, onde não tem o maior refino do mundo, quase fez um golaço de direita. - 7,0

Schmidt - Defensivamente muito bem, mas perdeu a posse em 11 oportunidades. - 5,5

Bontempo - Diferente do coletivo, fez um primeiro tempo apagado, mas enquanto esteve em campo no segundo, fez uma boa jogada individual. Jogador inteligente. - 6,0

Neymar - Existe a hora de separar homens de meninos, mas também precisamos separar mortais e gênios. O Príncipe só não fez chover. Duas assistências e um gol olímpico antológico. - 8,5

Soteldo - Assim como Chermont, perdeu gol que não poderia na primeira etapa. No segundo tempo o baixinho jogou pela esquerda e melhorou seu futebol. - 6,0

Tiquinho - Está melhorando fisicamente e mostrou grande noção de posicionamento. Dois gols e a vice-artilharia do time na conta dele. - 7,5

Guilherme - Mais apagado do que em outras oportunidades. Perdeu um gol no lance anterior ao do Chermont e depois não foi tão participativo, principalmente com o jogo já decidido. - 5,5

Luan Peres - Viveu de altos e baixos. Furou uma bola perigosa na área, mas bloqueou três chutes que o adversário estava sem marcação alguma. - 5,5

Thaciano - Tem menos presença de área que o Tiquinho, então entrou numa engrenagem diferente. - 5,5

Veron - Pouco participativo. Darei um desconto por ser a estreia e a necessidade de se entrosar com o time. - 5,0

Rincón - SEM NOTA

Barreal - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

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