PRIMEIRO TEMPO PROMISSOR PARA ESTREAR COM PÉ DIREITO

Publicado às 02:07 desta sexta-feira, 17 de janeiro de 2024
(*) Pedro La Rocca

Repetindo o que acontece desde 2009 de forma sequencial, o Santos estreou no estadual com vitória. Assim como há dois anos atrás, o adversário foi o Mirassol, que saiu derrotado da Vila pelo placar de 2x1. Guilherme (duas vezes), pelo time da casa e Iury Castilho, pelos auriverdes, marcaram os gols da partida.

O técnico Pedro Caixinha, apesar de não ter começado com nenhum reforço entre os titulares, colocou duas caras novas-velhas equipe titular. Na falta de um 10 e de um ponta-direita, Soteldo e Lucas Braga, que retornaram de empréstimo, assumiram as funções.

Com 10 minutos de jogo o Santos já tinha feito três pressões altas com sucesso. Em duas delas, o Peixe levou perigo ao gol de Alex Muralha. Fiquei surpreso com o alto aproveitamento do time de Caixinha em linhas altas, pelo fato do último trabalho ser contra esse tipo de postura.

Com 15, o técnico Barroca tirou um atacante e colocou um volante para reforçar o meio. A partir dali, o Peixe teve dificuldade de construir por dentro e passou a tentar pelo lado. Senti que o time chegava com pouca gente na área, sempre com apenas dois atletas. 

Foram 20 cruzamentos no jogo e apenas cinco certos.

Por essa mudança também, o time do interior do estado começou a criar dificuldade para Rincón e Pituca na marcação. 

Porém, ainda que sumido na partida, aos 47 minutos Soteldo tirou um coelho da cartola, encontrou Guilherme nas entrelinhas para o camisa 11 abrir o placar. 

Apesar do aproveitamento de apenas 23% nas finalizações, o Alvinegro finalizou 17 vezes, três a mais do que a média na última série B. Eram necessários apenas 14 passes para que o Santos chutasse.

Mas para não dizer que só viveu de bons momentos na primeira etapa, o lateral ex-Santos Zeca produziu grandes jogadas pela direita da defesa Santista, isso porque o Basso chegava até a estar a frente da intermediária e não tinha velocidade para recomposição.

Chermont avançava muito, Basso e Rincón são lentos na cobertura. O Mirassol criou boas oportunidades pela direita da defesa Alvinegra.

Se na etapa inicial a posse de bola acabou em 69% para o Peixe, nos últimos 45 minutos o domínio foi do time do interior paulista, que teve 70% de posse.

Era nítido que aquela pressão alta constante durante toda primeira etapa iria custar caro. O time não aguentou marcar na mesma intensidade, ainda mais se falando da estreia na temporada com 13 dias de preparação. 

Ninguém me contou, eu vi. O Caixinha vivia pedindo para o time avançar a marcação, mas especialmente o meio-campo não tinha mais perna.

Quando o português colocou Schmidt na vaga de Rincón, deu um fôlego maior no meio-campo, mas o ímpeto mirassolensse não diminuiu. 

Apesar das dificuldades defensivas e físicas do time, Guilherme ampliou o placar, de falta, aos 40 minutos do segundo tempo. 

10 minutos depois, sendo praticamente o último lance, Iury Castilho diminuiu de pênalti. 

Não sei até que ponto, o curto e nem tão qualitativo elenco Santista vai aguentar esse estilo de jogo, que me agrada demais, porém no Paulistão são jogos de três em três dias nesse calendário "maravilhoso" de 2025.

Evidente que é melhor um time que marca alto, do que uma equipe que espera e dá a bola ao adversário, mesmo com as dificuldades físicas. Eu percebi, no mínimo, cinco atletas do Peixe jogando além do sacrifício além do apito final. 

"Soteldo se apresentou com uma entorse, pedimos que fizesse um esforço por dez minutos. E deu assistências. Condicionou a primeira alteração. Depois, João Basso e Escobar saíram por estarem cansados, não queríamos lesão. Já tínhamos a quinta feita quando Gabriel [Brazão] se lesionou. Guilherme e JP Chermont também cansaram", disse Caixinha.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 1 MIRASSOL

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza
Cartões amarelos: Escobar, Luan Peres, Diego Pituca, (Santos) / Neto Moura, Danielzinho e Reinaldo (Mirassol)
Público: 10.379 torcedores
Renda: R$ 469.972,50

GOLS: Guilherme, aos 48' do 1ºT (Santos) / Guilherme, aos 41' do 2ºT (Santos) / Yuri Castilho, aos 50' do 2ºT (Mirassol)

SANTOS: Gabriel Brazão; JP Chermont, João Basso (Zé Ivaldo), Luan Peres e Escobar (Souza); Tomás Rincón (João Schmidt), Diego Pituca e Soteldo (Leo Godoy); Lucas Braga (Thaciano), Wendel e Guilherme
Técnico: Pedro Caixinha

MIRASSOL: Alex Muralha; Lucas Ramon (Daniel Borges), Jemmes, João Victor e Zeca (Reinaldo); Neto Moura, Danielzinho e Chico Kim (Clayson); Yuri Castilho, Guilherme Pato (Firmino Negueba) e Matheus Davó (Roni)
TécnicoEduardo Barroca 
Caixinha deixou boa impressão na estreia
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS 

Brazão - O melhor em campo. Terminou o jogo com dores na coxa e mesmo assim não deixou de fazer defesas. Fez quatro grandes intervenções que evitaram uma ascensão do adversário. - 8,0

Chermont - Entendo que no ataque é um jogador para poucos toques na bola e apareceu muito isolado para 1x1, vejo que não é sua praia. Jogou os últimos 20 minutos com câimbras. Cometeu o pênalti muito pela falta do cacoete de dar uma segurada pelo fato de estar cansado, mas é menino. Pode e vai evoluir. - 5,5

Basso - Não tem velocidade para acompanhar o estilo de Caixinha. Penso que vai perder a posição. Os lances mais perigosos do Mirassol foram todas em falhas suas de cobertura. - 4,5

Luan Peres - Pegue toda a análise do seu companheiro e vire ao contrário. Maravilhoso na cobertura. É ele e mais um na defesa. - 7,0

Escobar  - Se posicionou em linha de três na saída de bola e, apesar de não ser sua característica, apareceu algumas vezes por dentro, terminando o jogo com duas finalizações pelo corredor central. Sempre voluntarioso. - 6,0

Rincón - Começou bem o jogo, mas quando o Barroca colocou um quarto homem de meio, sofreu na marcação. - 5,0

Pituca - Foi o todo-campista que o Caixinha gosta. Apareceu para construir nos dois lados do campo. Achei que poderia pisar mais na área, já que o Peixe tinha inferioridade nas bolas aéreas. - 5,5

Soteldo - Jogador com qualidade técnica apurada. Não estava bem no jogo, mas conseguiu tirar um coelho da cartola trazendo a abertura do placar. No segundo tempo caiu fisicamente junto com o time. Prefiro o venezuelano pelo lado do campo. - 6,0

Lucas Braga - Jogou improvisado pelo lado direito do ataque. Fez movimentações inteligentes, mas assim como em outrora, faltou qualidade técnica. - 5,5

Wendel - Achei que não estava entrosado com os companheiros de ataque. Faltou aquele facão que fazia bem ano passado. - 5,0

Guilherme - Assim como grande parte do time, terminou a partida muito cansado. No primeiro gol, foi muito inteligente na movimentação e depois marcou um belo tento de falta. - 7,5

Léo Godoy - Estava razoável como ponta e quando foi para lateral: oremos. Clayson fez duas jogadas certas em cima dele e na segunda foi o pênalti. Vamos aguardar, mas não deixou boa impressão defendendo. - 4,5

Thaciano - Tocou apenas seis vezes na bola e deu um passe. Não tem como dizer muita coisa. Reestreou pelo Peixe após quase oito anos. - SEM NOTA

Zé Ivaldo - SEM NOTA

Souza - Quando entrou, o Mirassol sempre atacava por ali e estava órfão de pai e mãe. Guilherme não tinha mais força para ser seu secretário. - 5,5

Schmidt - Acertou o meio-campo que estava com dificuldades na marcação. - 6,0
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.

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