O Santos chegou ao terceiro jogo consecutivo com derrota. No placar de 3x1 para o São Bernardo, o problema maior voltou a ser as jogadas aéreas - foram dois sofridos dessa maneira. Guilherme abriu o placar para o time da Vila, enquanto Lucas Tocantins, Augusto e Lucas Rian viraram para a equipe do ABC paulista.
O Peixe nunca tinha perdido para o São Bernardo em oito partidas na história do confronto.
Caixinha escalou aquilo que pensa ter de melhor hoje no elenco - com exceção de Escobar, que ficou de fora por conta de um edema na coxa. No restante, o português abandonou o rodízio do início da competição.
O começo de jogo foi completo do São Bernardo que soube muito bem aproveitar as costas dos volantes Alvinegros. Como dito na live pré-jogo realizada pelo AQ e VH, se tem algo que o Fabrício Daniel, ponta do time da casa, faz muito bem, é se posicionar entre o lateral e o zagueiro.
Pela falta de mais jogadores por dentro, Rincón e Pituca faziam marcação mano a mano com os volantes adversários, deixando espaço nas costas para não só Daniel, mas também Léo Jabá, cortarem para dentro, obrigando Luan Peres e/ou Zé Ivaldo descobrirem suas posições.
Foi dessa forma que aos 12 minutos, Fabrício Daniel encontrou Guilherme Queiroz em velocidade e o camisa 77 abriria o placar se não fosse marcado impedimento milimetrico.
Depois houve uma leve melhora pelo lado visitante, mas as melhores chances foram do time da casa, que voltou a levar perigo para Brazão em outras duas oportunidades.
Com dois minutos, Guilherme abriu o placar. Soteldo, apesar de não ir bem como meia, achou belo passe para Léo Godoy nas costas da defesa e, depois do argentino tropeçar na bola, o camisa 10 empurrou para dentro.
Depois disso tragédia total.
Com 15 minutos os mandantes empataram. Mais uma vez com cruzamento na segunda trave. Lucas Tocantins, de 1,80m, subiu absolutamente sozinho.
Com 41 veio a virada e o Santos chegou ao sexto gol sofrido, em cinco jogos oficiais só de bola áerea. No contra-ataque, aos 46, o São Bernardo fechou o caixão.
Pelo quinto jogo consecutivo, dessa vez desde o príncipio, Caixinha usou uma dobra de laterais pelo lado direito e Léo Godoy, que foi mal na ponta, conseguiu ir pior ainda quando foi à lateral. Incompreensível a preferência que o comandante tem pelo argentino.
Pelo esquema tático 4-3-3 utilizado pelo Santos, teoricamente era para se ganhar o meio, mas isso não aconteceu. Rincón e Pituca ficavam no mano a mano com os volantes adversários e Soteldo caía muito mais pela esquerda do que como armador.
Se é que o time teve um bom momento na etapa final, foi quando entrou Bontempo, que é mais meia que Soteldo e aí sim criou-se duas boas jogadas.
Em determinados momentos, o camisa cinco precisava armar o time, porque ninguém tinha capacidade - e nem ele - para fazer tal função. Dessa forma, deixava-se mais espaço nas costas.
O treinador, que tem culpa da bola aérea e de escalar dobra de laterais por cinco jogos seguidos, na minha visão é o menor dos responsáveis pelo péssimo início de temporada. Lembremos da diretoria que até 22 de dezembro Caixinha estava livre no mercado e oficialmente o Peixe não tinha treinador.
Estamos na quinta rodada e o Santos não tem um cinco com mais vigor, um coordenador de jogadas e um ponta-direita de origem. Volto a dizer o que disse em textos anteriores, tinha gente da diretoria que me garantia que o planejamento não estava atrasado. E eu devo ser o batman.
Deve ser coincidência que o time é o terceiro que menos cria chances e o segundo que mais toma gol no campeonato.
Guilherme chegou ao quinto gol marcado em cinco jogos |
Brazão - Falhou no gol anulado na primeira etapa. Estava visivelmente inseguro. Errou duas saídas de bolas e, a maioria das finalizações, o goleiro defendia em dois tempos ou espalmando. - 5,0
Chermont - Novamente não comprometeu defensivamente. No ataque também apareceu pouco. O Santos praticamente não atacou pela direita. Tentou apenas um cruzamento nos minutos iniciais do jogo. - 5,0
Zé Ivaldo - Se pelo chão fez uma partida maravilhosa, ganhando sete dos oito duelos rasteiros, mas no alto, assim como toda defesa... Deus que nos acuda. - 4,5
Luan Peres - Ratifico o que disse para seu companheiro de zaga, com o adicional de ter uma boa saída de bola. Falhou muito feio nos dois gols de jogadas aéreas. - 4,5
Souza - Jogou cerca de 45 minutos e saiu lesionado. Começou mal, assim como o time, mas sai no seu melhor momento do jogo. Fez um grande lançamento para Guilherme, num ataque perdido pelos seus companheiros. - 5,0
Rincón - Maravilhosamente bem no mano a mano, terminando o jogo com três desarmes. Mas no quesito posicionamento foi mal. Tomou várias bolas nas costas. Em determinado momento tinha que armar o time. Teve 82 ações com bola, o que diz mais sobre o coletivo do que sobre o venezuelano especificamente. - 5,0
Pituca - Jogando pela direita, onde o time não cria jogadas, e na mesma linha do Soteldo, não vai render mesmo. - 4,0
Soteldo - Criou jogadas quando caiu pelo lado esquerdo. Por dentro, como disse o próprio Caixinha, não cumpre funções táticas e não é armador de origem. Seu lugar é na lateral do campo. Precisa finalizar mais, tem hora que segura muito a redonda. Iniciou a jogada do gol do Guilherme. - 5,5
Léo Godoy - Como ponta, ficou no bolso do Pará, que está longe de ser aquele ex-Santos. Como lateral, tomou um gol onde o zagueiro Augusto fez o que quis em cima do argentino. Antes, no tento de empate, marcou à distância, algo que falo desde a rodada de estreia. Quase perde o gol que depois foi corrigido pelo Guilherme. - 3,0
Tiquinho - Ainda não está na sua perfeita forma física. Não finalizou perigosamente, mas foi bem fazendo o pivô. O time vai ter que se acostumar à sua forma de jogar, que é diferente de Wendel e Luca. - 5,0
Guilherme - Quinto gol em cinco jogos para o "amado". Morreu fisicamente nos últimos 20 minutos de jogo e caiu muito com a saída de Soteldo, participando apenas uma vez com passe de Bontempo. - 5,5
Lira - Guri de 17 anos estreou no profissional. Estava nervoso, absolutamente normal. O Menino da Vila falhou no gol de empate, porém muito mais pelo péssimo posicionamento da dupla de zaga. - 5,0
Luca - Participou pouco do jogo. A única bola redonda que recebeu finalizou com perigo. - 5,5
Bontempo - Na falta de meias, o Menino da Vila, com apenas dois jogos no profissional, acaba se destacando e nem está pronto para ser titular. Tem que entrar aos poucos. Começou a única jogada do time após o gol, que terminou com finalização de Luca. - 5,5
Schmidt - A intensidade do volante no lance do terceiro gol, tendo acabado de entrar, é invejável. Não é possível que estamos falando do mesmo volante que foi o destaque do Paulistão/24. - 4,0
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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