Se a histórica "10" estava guardada no vestiário, sem possibilidade de que alguém encoste, esse alguém não foi Otero. O "pequenino" encarnou a mágica camisa para carregar nas costas a goleada Santista por 3x0 em cima do Vila Nova - assim quase colocando o Peixe de volta à elite (depende da perda de pontos do Ceará neste domingo (03)).
Basso, Otero (falta) e Guilherme (pênalti) marcaram os gols do jogo.
Carille praticamente repetiu a escalação que venceu o Ituano na última rodada, fora de casa. A única alteração foi o retorno de Gabriel Brazão à meta e do debutante Diógenes ao banco de suplentes.
O técnico do Vila Nova, Thiago Carvalho, observou bem o time do Santos, colocando uma linha de cinco na defesa, algo que ainda não tinha feito no comando da equipe colorada. O Peixe ficou no "empate" pelo meio, mas encontrou três torres contra Wendel e Giuliano.
Por isso, o time de Carille voltou a lateralizar o jogo sem ter um atleta com característica de drible curto.
A grande oportunidade do time Santista foi com Giuliano a partir de uma cobrança de escanteio bem batida por Serginho. O camisa 20 acertou a trave do goleiro Denis.
Durante os 45 minutos inciais o Alvinegro precisava trocar quase 61 passes para finalizar, seja para fora ou no gol. O time, desde a derrota para o Novorizontino ainda no Paulistão, tem muita dificuldade para jogar contra linhas de cinco defensores.
A sorte foi que o time goiano, mesmo com um time 2,4 anos mais novo, não conseguia sair nos contra-ataques.
Por falar em cinco, foi neste tempo da segunda etapa que o Santos venceu a partida. Isso porque Otero, o cara do jogo, entrou na vaga de Serginho.
Se o time tinha dificuldades de construir - isso é nítido desde a rodada um da série B - que o gol saísse na bola parada.
Cinco minutos depois Otero cobrou falta de longa distância. O cruzamento parou na zaga rival, porém a bola sobrou nos pés de Basso, que só teve o trabalho de fuzilar o goleiro adversário para abrir a contagem do placar - que parecia que nunca iria chegar.
Depois disso, foram exatos 32 minutos de domínio do Vila Nova. Prova disso que no primeiro tempo, o Santos teve 66% de posse de bola, enquanto no segundo, apenas 45%. Já digo há muito tempo que essa estratégia de dar a bola ao adversário na Vila pode ser perigoso - e foi.
Aos 35 a bola tirou tinta da trave e aos 42, Brazão fez grande defesa com a ponta dos dedos. Ambas finalizações foram da entrada da área nas costas dos volantes.
Ainda bem que lá estava ele - novamente - para tranqulizar tudo e todos. Otero. O pequenino tem uma estratégia de quando ver que não vai ganhar na corrida, coloca o pé na frente para tentar cavar a falta, nesse caso pênalti assinalado pelo VAR, e conseguiu.
Aos 49 minutos, Guilherme acertou a gaveta. Dava mais tempo de "Show de Otero". Aos 53 minutos, o camisa 22 bateu falta de antes da intermediária e contou com a colaboração do goleiro para matar a partida.
Eu particularmente não gosto dessa batida para escanteio, mas nas faltas, confunde qualquer goleiro por conta do efeito que ela faz.
Mais uma vez muito longe de uma atuação maravilhosa, inclusive com mais um treinador descobrindo o jeito único de Carille colocar seu estilo em campo, é preciso, mas uma vez dizer que a colocação de Otero foi crucial.
Que a série B NUNCA mais esteja presente na vida do Santista, porque não é lá que a mais bela página do futebol mundial merece estar. Como diria Jota Quest, que tenhamos "Dias Melhores para Sempre".
Ainda com a possibilidade de título, que na minha visão é obrigatório, espero que a comissão técnica pense em relacionar no mínimo de três a cinco jovens abaixo de 21 anos por jogo. É pelo bem e pelo futuro da instituição. Com a dificuldade financeira que se tem em Vila Belmiro, não se pode jogar com um time com média de 30,2 anos.
Basso marcou seu segundo gol em cinco jogos pelo Peixe em 2024 |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Brazão - Fez duas grandes defesas na segunda etapa, quando o time passou por aquele sufoco infelizmente normal na atual temporada. No primeiro tempo, foi mero espectador. - 6,5
Hayner - Jogador que mais errou passes no primeiro tempo pelo Alvinegro. Além do lado atlético, falta qualidade técnica. - 4,0
Basso - Longe de um zagueiro com velocidade, mas pela alta preocupação do time goiano em apenas proteger o gol, quase não foi exigido defensivamente. Marcou o gol que abriu o placar. - 6,5
Gil - Jogou todo segundo tempo com dores na perna (não sei ao certo o músculo), louvável para um jogador de 37 anos - e ainda assim dando pique para voltar depois de subir para escanteio. - 6,0
Escobar - Dono de uma garra invejável, lhe falta qualidade técnica é bem verdade, apesar de que nesse jogo acertou quatro de nove cruzamentos. - 6,0
Schmidt - Teve quatro desarmes certos e foi o atleta que mais sofreu pelo posicionamento do time. Se formava uma linha de cinco no ataque e sua única opção era a bola longa, onde foi bem, ou retornar. - 6,5
Pituca - Jogou muito de costas, onde tem dificuldade. Não pisou tanto na área. - 5,0
Giuliano - Finalizou de bicicleta no primeiro tempo e acertou a trave. Seus melhores lances vieram após vir buscar jogo e aí sim pisar na área. - 5,5
Serginho - Começou bem a partida, mas até a sua substituição caiu bastante. - 5,0
Wendel - Pouco participativo, apesar da voluntariedade. Teve uma hora que teve tanta vontade se recuperar de um erro, que errou novamente. - 5,0
Guilherme - Recebeu dobra de marcação e teve dificuldade. Marcou um belo gol de pênalti. - 5,5
Otero - O cara do jogo que muito possivelmente foi o do acesso. Participou diretamente dos três gols. Uma assistência, um gol e um pênalti sofrido. - 8,0
Chermont - Apareceu uma vez na frente depois se limitou à defesa. Precisa ser titular daqui até o final do campeonato. Nada justifica a sua perda da posição. - 5,5
Furch - SEM NOTA
Willian - SEM NOTA
Rincón - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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