Enfim, título conquistado. Ainda que de forma culposa, o objetivo foi cumprido. O CRB, agora salvo do rebaixamento que até então era iminente, venceu o Santos em plena Vila Belmiro por 2x0. Labandeira e Kleiton marcaram os gols da partida.
Se tem algo para comemorar é a volta da camisa 10, que ficou de fora nesse martírio de uma competição fraca tecnicamente. E foi num momento que marcará o torcedor. Faixas de volta ao lugar correto e o jogo parado para a volta da maior camisa de todos os tempos.
O técnico Fábio Carille só fez uma alteração por conta do retorno de suspensão de Pituca. O capitão retomou a vaga no lugar de Sandry, que agora estava suspenso também pelo terceiro cartão.
Cinco minutos após o "Minuto Rei", o CRB fez "queimar o filme" e abriu o placar com Labandeira. O atacante viu brecha após Basso se desprender da linha de quatro, Hayner sem olhar as costas e fez um ótimo facão.
A ideia de marcar no mesmo sistema de todo campeonato (4-4-2) não deu certo contra o time de Hélio dos Anjos, que pelo Paysandu na estreia do campeonato, deu um baile no time Santista apesar da vitória Alvinegra.
O primeiro volante Falcão ficava sempre no contrafluxo de Giuliano e Wendel, para que dessa forma conseguisse progredir na saída de bola e entrando em superioridade númerica contra o meio-campo do Peixe.
Apesar da alta posse de bola do time mandante, foi o CRB que teve as melhores oportunidades da primeira etapa. Com Guilherme, aos 41 minutos de jogo, o Santos conseguiu a sua primeira finalização perigosa para o gol adversário. Isso contra a sexta pior defesa do campeonato.
Quando nós falamos da dificuldade do Peixe de propor jogo não é do nada. A qualidade individual que foi determinante para o acesso, não apareceu neste jogo e, com 17 finalizações durante os 90 minutos, o time de Carille teve apenas 29,4% de aproveitamento.
No segundo tempo, Carille sacou Hayner e colocou JP Chermont trazendo uma qualidade muito maior. O Menino da Vila, já aos seis minutos, deixou Gil com grandes condições para empatar, o que não aconteceu após erro no cabeceio do camisa quatro.
Até os 20 minutos da etapa final o Santos estava bem no jogo, até que o CRB ampliou o placar e Carille colocou Furch e Willian Bigode. O ataque perdeu velocidade e ainda tirou o trunfo que tinha da bola parada de Otero.
14 minutos depois Carille promoveu a estreia do menino Luca Meirelles, da geração 2007 e campeão paulista sub-17. Jogador de muita qualidade e muita inteligência. Muito feliz em ver este guri estreando no time de cima, mas gostaria de ver outros, que são seus companheiros, ou do sub-20 e ainda num momento mais oportuno. Não perdendo em casa.
A base, que sempre salva, colocou Luca no caminho do time de cima e o guri quase faz um golaço encobrindo o goleiro. O Peixe ganhará muito dinheiro com vendas das safras que vêm por aí, mas poderia ganhar mais se os Meninos da Vila tivessem mais oportunidades.
Sem condições de ser autossuficiente, o Santos precisará de pelo menos um jogador por posição, sendo três ou quatro titulares. Isso se quiser brigar entre os 10 primeiros colocados da Série A. Eu duvido que isso aconteça, espero estar errado.
Na coletiva, Carille falou que seu futuro no Santos está indefinido, apesar das vaias no estádio:
Vocês não sabem o que é pressão. Tudo pode acontecer. O negócio é continuar, que tenham a convicção do que é o melhor para o Santos e não para mim. Para que tudo comece a direcionar para 2025.
Se o trabalho poderia ser melhor, se deveria ter usado mais a base, se o time é samba de uma nota só e não tem variação tática e as escolhas do time são péssimas, é tudo uma grande verdade. Agora, o trabalho foi cumprido. Se ele for despedido tem motivos, se ficar, apesar de eu discordar, também tem coerência.
Se prezam pela gratidão e reconhecimento pelo cumprimento do que foi pedido, fica. Agora, se querem o legado, levantar a história do clube de evitar o "resultadismo", utilização de meninos, precisa acontecer a troca.
Falta ainda um jogo pela série B, contra o Sport, que o Peixe, na minha visão, deve mandar um time alternativo.
FICHA TÉCNICA SANTOS 0 X 2 CRB
Uma série B para nunca mais |
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