OBJETIVO CONCLUÍDO, MAS E O FUTURO?

Publicado às 20:34 deste domingo, 17 de novembro de 2024
(*) Pedro La Rocca

Enfim, título conquistado. Ainda que de forma culposa, o objetivo foi cumprido. O CRB, agora salvo do rebaixamento que até então era iminente, venceu o Santos em plena Vila Belmiro por 2x0. Labandeira e Kleiton marcaram os gols da partida. 

Se tem algo para comemorar é a volta da camisa 10, que ficou de fora nesse martírio de uma competição fraca tecnicamente. E foi num momento que marcará o torcedor. Faixas de volta ao lugar correto e o jogo parado para a volta da maior camisa de todos os tempos.

O técnico Fábio Carille só fez uma alteração por conta do retorno de suspensão de Pituca. O capitão retomou a vaga no lugar de Sandry, que agora estava suspenso também pelo terceiro cartão.

Cinco minutos após o "Minuto Rei", o CRB fez "queimar o filme" e abriu o placar com Labandeira. O atacante viu brecha após Basso se desprender da linha de quatro, Hayner sem olhar as costas e fez um ótimo facão.

A ideia de marcar no mesmo sistema de todo campeonato (4-4-2) não deu certo contra o time de Hélio dos Anjos, que pelo Paysandu na estreia do campeonato, deu um baile no time Santista apesar da vitória Alvinegra.

O primeiro volante Falcão ficava sempre no contrafluxo de Giuliano e Wendel, para que dessa forma conseguisse progredir na saída de bola e entrando em superioridade númerica contra o meio-campo do Peixe.

Apesar da alta posse de bola do time mandante, foi o CRB que teve as melhores oportunidades da primeira etapa. Com Guilherme, aos 41 minutos de jogo, o Santos conseguiu a sua primeira finalização perigosa para o gol adversário. Isso contra a sexta pior defesa do campeonato.

Quando nós falamos da dificuldade do Peixe de propor jogo não é do nada. A qualidade individual que foi determinante para o acesso, não apareceu neste jogo e, com 17 finalizações durante os 90 minutos, o time de Carille teve apenas 29,4% de aproveitamento.

No segundo tempo, Carille sacou Hayner e colocou JP Chermont trazendo uma qualidade muito maior. O Menino da Vila, já aos seis minutos, deixou Gil com grandes condições para empatar, o que não aconteceu após erro no cabeceio do camisa quatro.

Até os 20 minutos da etapa final o Santos estava bem no jogo, até que o CRB ampliou o placar e Carille colocou Furch e Willian Bigode. O ataque perdeu velocidade e ainda tirou o trunfo que tinha da bola parada de Otero.

14 minutos depois Carille promoveu a estreia do menino Luca Meirelles, da geração 2007 e campeão paulista sub-17. Jogador de muita qualidade e muita inteligência. Muito feliz em ver este guri estreando no time de cima, mas gostaria de ver outros, que são seus companheiros, ou do sub-20 e ainda num momento mais oportuno. Não perdendo em casa.

A base, que sempre salva, colocou Luca no caminho do time de cima e o guri quase faz um golaço encobrindo o goleiro. O Peixe ganhará muito dinheiro com vendas das safras que vêm por aí, mas poderia ganhar mais se os Meninos da Vila tivessem mais oportunidades.

Sem condições de ser autossuficiente, o Santos precisará de pelo menos um jogador por posição, sendo três ou quatro titulares. Isso se quiser brigar entre os 10 primeiros colocados da Série A. Eu duvido que isso aconteça, espero estar errado.

Na coletiva, Carille falou que seu futuro no Santos está indefinido, apesar das vaias no estádio:

Vocês não sabem o que é pressão. Tudo pode acontecer. O negócio é continuar, que tenham a convicção do que é o melhor para o Santos e não para mim. Para que tudo comece a direcionar para 2025.

Se o trabalho poderia ser melhor, se deveria ter usado mais a base, se o time é samba de uma nota só e não tem variação tática e as escolhas do time são péssimas, é tudo uma grande verdade. Agora, o trabalho foi cumprido. Se ele for despedido tem motivos, se ficar, apesar de eu discordar, também tem coerência. 

Se prezam pela gratidão e reconhecimento pelo cumprimento do que foi pedido, fica. Agora, se querem o legado, levantar a história do clube de evitar o "resultadismo", utilização de meninos, precisa acontecer a troca.

Falta ainda um jogo pela série B, contra o Sport, que o Peixe, na minha visão, deve mandar um time alternativo.

FICHA TÉCNICA 
SANTOS 0 X 2 CRB

Local: Vila Viva Sorte, em Santos (SP)
Árbitro: Ramon Abatti Abel (Fifa/SC)
Cartões amarelos: Chay e Matheus Ribeiro (CRB)
Público: 15.750
Renda: R$ 608.863,75

GOLS: Labandeira, aos 16 do 1ºT, e Kleiton, aos 18 do 2ºT (CRB)

SANTOS: Brazão; Hayner, Gil, João Basso e Escobar; Diego Pituca, João Schmidt e Giuliano (Luca Meirelles); Otero (Willian), Guilherme e Wendel Silva (Furch).
Técnico: Fábio Carille

CRB: Matheus Albino; Matheus Ribeiro, Saimon, Luís Segovia e Ryan; Falcão, João Pedro e Marco Antônio (Raafel Bilu); Gegê (Chay), Labandeira (Kleiton) e Anselmo Ramon.
Técnico: Hélio dos Anjos
Uma série B para nunca mais

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - O CRB só chegou duas vezes e as duas foram os gols. - 5,5

Hayner - Fez sua pior partida com a camisa Alvinegra. Substituição justa. Errou até passe para trás. Não cruzou e não desarmou. - 3,5

Basso - Apesar de estar seguro nos últimos três jogos, coincidindo com a ausência do gols sofridos, falha nos dois gols dos visitantes. Não tem velocidade para sair caçando e depois fazer cobertura e isso acontece no primeiro gol. No segundo, perdeu a primeira bola no jogo aéreo. - 4,5

Gil - Assim como Basso, falha no segundo gol. Na sobra, demorou para chegar no adversário. Disse ao final do jogo que não definiu sua aposentadoria. - 5,0

Escobar - O mesmo de sempre. Muita vontade, bem defensivamente falando, mas um time que quer propor jogo não conta com ele. - 5,5

Schmidt - Fez bons 30 minutos de jogo, depois me parece que a paciência sumiu e teve várias tomadas de decisão lentas e erradas. - 5,0

Pituca - Foi o sexto jogador do time que mais participou, o que é dificil acontecer, geralmente está entre os primeiros. Não pisou muito na área. - 5,5

Giuliano - Como meia, ser o 10° jogador com mais posse do time é sintomático. Hélio dos Anjos se preocupou em tirar a participação do camisa 20 e o meio-campo adversário deitou e rolou em campo. - 4,5

Otero - Bem nas bolas paradas, porém rolando muito mal. A displicência de outrora voltou. - 5,0

Wendel - Está sacrificado pela falta de criatividade do meio-campo. É jogador de facão e não recebe bola nessa condição. - 5,0

Guilherme - É um jogador para receber em velocidade e só jogou no mano a mano. Fez um gol que estava irregular no primeiro tempo e perdeu outro no segundo. - 5,0

Chermont - Entrou e já deixou Gil na cara do gol. Deu duas assistências para finalização. Não pode nunca ser reserva desse time. - 6,0

Furch - Teve apenas quatro participações em 30 minutos com o time perdendo o jogo. Está muito mal, mas assim como Wendel é sacrificado. - 5,0

Willian - Não tem velocidade para jogar aberto. - 4,5

Luca - No segundo lance dele no jogo, deixou Guilherme na cara do gol e iria fazer um golaço encobrindo o goleiro. - 6,0
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.

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