ALÍVIO

Publicado às 00:24 desta terça-feira, 12 de novembro de 2024.

(*) Pedro La Rocca

Após tropeços de todos os rivais na rodada o Santos garantiu o acesso matemático e agora volta ao lugar que é seu por direito e lhe tiraram. Contra o Coritiba, o time de Carille venceu por 2x0 com gols de Wendel, que voltou a marcar após nove jogos, e Otero com tento magistral de falta cobrada de longa distância. 

Caso Mirassol e Novorizontino não vençam suas partidas no sábado (16), o time Peixeiro pode ser campeão sem sequer entrar em campo no domingo (17), contra o CRB na Vila. Final que eu não diria comemorável, mas com alívio e aprendizado de que jamais cometa erros para disputar essa competição pífia.

O treinador Carille foi obrigado a realizar duas mudanças em relação ao time que venceu o Vila Nova. Pituca, suspenso, e Serginho, lesionado na posterior da coxa, deram vaga a Sandry, titular pela quinta vez no ano, e Otero.

Para não dizer que não falo das flores, a saída de bola do Peixe foi com jogada ensaiada que terminou com passe que Guilherme por muito pouco não chegou na redonda.

A proposta Alvinegra foi de encontrar os erros do time adversário para sair em velocidade. Assim Giuliano, aos 19 minutos, aproveitou roubada de Otero e erro dos volantes coxa branca para encontrar Wendel, que ainda contou com desvio de Benevenuto para abrir o placar.

O time mandante teve um rápido crescimento e obrigou Brazão a fazer dois milagres.

21 minutos depois da abertura no placar,  o mesmo pequenino voltou a ser brilhante. Uma falta de no mínimo 30m de distância que Otero mandou aquele chute traiçoeiro para ampliar. Ninguém, no Brasil, bate falta como o venezuelano.

O segundo tempo foi uma das coisas mais horrorosas que já vi no futebol. Qualidade técnica sofrível.

Sofrível como foi este martírio da série B. Sofrível para o Santista que não merece esse campeonato, para a instituição que faz parte do panteon dos gigantes e para o seu torcedor, que viu os piores jogos da história do clube.

Gostaria que entradas de atletas que não tem futuro no clube fossem alteradas por oportunidades a meninos, como Chermont, Souza e Hyan que no Couto Pereira viram a confirmação do acesso do banco de reservas.

Como diz a própria gestão, o objetivo foi cumprido, mas eu digo e repito: não há nada para comemorar, mas sim trabalhar. 2025 merece um planejamento para ontem, já que o elenco precisa ser outro e, se a vontade for manter a identidade e história do clube, de um futebol vistoso, o departamento de futebol do clube terá que ser trocado.

Agora, se a vontade for um futebol pragmático e reativo tudo muda. De novo, SE, a ideia for essa se mantém a comissão, especialista nesse time do jogo. Minha opinião: o clube pede utilização de meninos e recuperação da autoestima do torcedor.

O próprio treinador, com ou sem méritos ou qualidades, críticas merecidas e elogios idem, disse na coletiva que o planejamento está atrasado para 2025. Sintomático.

Nem tudo é culpa só do técnico, que repito errou, mas ninguém erra sozinho.

Que o planejamento comece hoje. Ou melhor, ontem. 

FICHA TÉCNICA
CORITIBA 0 X 2 SANTOS

Local: estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR)
Árbitro: Gustavo Ervino Bauermann (AB-SC)
Cartões amarelos: Marcelo Benevenuto (Coritiba); Wendel Silva (Santos)

GOLS: Wendel Silva, aos 19 do 1ºT, Otero, aos 40 do 1ºT (Santos)

CORITIBA: Pedro Morisco; Natanael, Benevenuto, Bruno Melo e Jamerson; Zé Gabriel, Geovane Meurer (Henrique Melo) e Josué (Alef Manga); Matheus Frizzo (Brandão), Lucas Ronier e Júnior Brumado (Robson).
Técnico: Jorginho.

SANTOS: Gabriel Brazão; Hayner, João Basso, Gil (Luan Peres) e Escobar; João Schmidt, Sandry e Giuliano Willian Bigode); Otero (Laquintana), Wendel Silva (Furch) e Guilherme (Patrick).
Técnico: Fábio Carille.

Otero tem a melhor falta do Brasil

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Fez duas grandes e milagrosas defesas no primeiro tempo e no segundo só controlou. - 7,0

Hayner - Apareceu muito pouco na linha de fundo. Limitou-se à defesa. - 5,0

Basso - Mais uma vez bem e seguro. Titular pelo terceiro jogo seguido e sem sofrer gol. - 6,0

Gil - Apesar de limitações de velocidade é um jogador inteligente, de ótimo posicionamento. - 6,0

Escobar - Mal na frente, bem atrás. O ótimo Ronier não arrumou nada para cima do argentino. - 5,5

Schmidt - Teve cinco desarmes. Se mostrou mais leve. Foi beneficiado com a falta de meio-campistas do Coritiba no segundo tempo. - 6,5

Sandry - Apesar de ter muita qualidade, entendo que pode evoluir se aprender a ser carregador de piano. Partida regular do Menino da Vila. - 6,0

Giuliano - Estava bem até dar a assistência. Deu mais uma finalização no meio do primeiro tempo, depois sumiu. - 5,5

Otero - Mais uma batida magistral na bola, como Marcelinho, Juninho e outros. 60% dos gols do pequenino foram de falta na série B. - 7,0

Wendel - Facão é sua principal característica e dessa forma voltou a marcar após nove jogos. Quando o time baixou as linhas parou de jogar. - 6,5

Guilherme - Sumido. Não conseguiu aproveitar as costas da defesa. - 5,0

Laquintana - Tentou dois cruzamentos e errou os dois. Só. - 4,5

Furch - Teve apenas 16 toques na bola. - 5,0

Bigode - SEM NOTA

Patrick - SEM NOTA

Luan Peres - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.

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