DURO GOLPE

Publicado às 02:26 desta terça-feira, 08 de outubro de 2024
(*) Pedro La Rocca

Em terras centrais do Brasil, quem não dominou o centro de campo foi o Santos que perdeu o meio e assim saiu derrotado da Serrinha, em Goiás, por 3x1 para a equipe local. O Peixe diminuiu com Giuliano, enquanto o alviverde marcou duas vezes com Rildo, terceira opção para a função, e uma vez com Wellinton.

Pela primeira vez em 2024, Carille repetiu a equipe pela terceira vez consecutiva. Não houve mudanças nos jogos contra Novorizontino, Operário e agora Goiás - com exceção do banco que teve a saída do selecionável Rincón para o retorno de Alison.

Com 14 minutos o jogo já estava praticamente definido. Um Goiás que iniciou propondo jogo, o que me surpreendeu pela característica de seu treinador Vagner Mancini - que costuma dar a bola ao adversário quando há inferioridade técnica.

Em duas infelicidades de Brazão, Rildo marcou duas vezes (aos nove e aos 14 minutos). Na primeira bola, o goleiro Santista espalmou para frente e na sequência foi traído pelo quique no famoso "morrinho artilheiro".

A partir daí sim, a equipe mandante deu a bola para o Santos que pouco soube aproveitar o domínio dela - inclusive dando as melhores chances aos goianos.

Apesar de Giuliano se posicionar como meia no primeiro tempo, a disposição e a versatilidade do trio central de Vagner Mancini estava levando a melhor nos duelos - tanto que os dois gols se originam nas costas de Schmidt e Pituca.

Aos 40 minutos o Santos esboça uma possível reação. Sander mete o braço na bola e Giuliano converte pênalti. Dá para afirmar que a reta final do primeiro tempo após o gol, foi o melhor e único grande momento do Peixe no jogo.

Porque ao chegar a etapa final o que se viu foi uma dificuldade grande de se chegar na área adversária. 

No geral, o Goiás precisava de 11,3 passes para finalizar, enquanto o time da Vila 33,7 - que só não se tornou um número maior pelo abafa que fez nos últimos 10 minutos.

A real é o seguinte. Se quiser ter um meio-campo completo de +30 anos, vai ter que adicionar mais um atleta ali e tirar um dos pontas, porque Giuliano fica sobrecarregado de armar e puxar contra-ataque - não tem mais explosão para isso.

Prova dessa situação foi o terceiro gol - novamente nas costas dos volantes. Wellinton foi mais um jogador a aproveitar o morrinho artilheiro, trazendo assim a terceira falha de Brazão no jogo.

Evidente que o goleiro Santista falhou em três oportunidades, mas além do placar, os goianos reinaram também no meio-campo. Os dois volantes avançados do alviverde deram cinco assistências para finalização no total, enquanto Giuliano e Pituca apenas três.

Quanto a desarmes, foram quatro do meio goiano contra um do meio Santista.

Todos esses números mostram o quanto o time da casa foi superior na parte mais importante do time - o meio-campo. Carille precisa oportunizar volantes e/ou meias da base que sejam ou coordenadores, ou de movimentação - do estilo Pituca. 

Pelas condições físicas, Giuliano de fato tem que jogar mais próximo do atacante, mas aí precisa-se colocar mais um coordenador, se não o time fica pobre de ideias e acéfalo no meio-campo, como aconteceu na noite da última segunda-feira (07).

Agora é juntar os cacos, porque no sábado (12) o Peixe recebe o Mirassol num confronto de seis pontos na Vila mais famosa do mundo. Vencendo, o time Santista abre seis pontos da equipe do interior e pode voltar a liderança dependendo do resultado do Novorizontino.

FICHA TÉCNICA
GOIÁS 3 X 1 SANTOS


Local: Estádio da Serrinha, em Goiânia (GO)
Arbitro: Marcelo De Lima Henrique (CE)
Cartões amarelosWelliton Mateus e Rafael Gava (Goiás); JP Chermont e João Schmidt (Santos)

Gols: Rildo, aos nove e 13 minutos do 1°T e Welliton, aos 16 minutos do 2°T (Goiás); Giuliano, aos 40 minutos do 1°T (Santos)

GOIÁS: Tadeu; Diego, Lucas Ribeiro, Sander, Reynaldo e Sander; Marcão, Juninho (David Braz) e Rafael Gava (Nathan); Welliton Matheus (Breno Herculano), Edu (Thiago Galhardo) e Rildo (Jhon Vásquez).
Técnico: Vagner Mancini

SANTOS: Gabriel Brazão; JP Chermont (Rodrigo Ferreira), Gil, Jair e Escobar; João Schmidt, Diego Pituca (Serginho) e Giuliano; Otero (Laquintana), Guilherme (Pedrinho) e Wendel Silva (Julio Furch).
Técnico: Fábio Carille
Schmidt está fora do próximo jogo, suspenso pelo terceiro cartão amarelo

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Falhou diretamente em todos os gols do Goiás. Há alguns jogos mostra uma insegurança grande que precisa ser explicada por ele, ou alguém da comissão. Pior jogo do jovem goleiro em sua curta carreira, mas tem bastante margem para evolução. - 4,0

Chermont - Cresceu junto com o time na reta final do primeiro tempo. É um dos que mais sofre pela idade avançada de seus companheiros, porque não tem ajuda do ponta e a dos volantes demora muito para chegar. - 5,0

Gil - Não falha nos gols. Participou muito do jogo, porque a posse de bola Santista era inofensiva. - 5,5

Jair - Deu oito lançamentos e errou sete. Não é do seu futebol, nem a quantidade de lançamentos nem de erros. Prejudicado pela falta de saída de bola do time, que não tem aproximação. - 5,0

Escobar - No primeiro e no terceiro gol, seu adversário recebe de costas e consegue girar, saindo assim de frente para o gol. Nem a sua garra lhe salva nesse jogo. - 4,0

Schmidt - Está no barco de falhos nos três gols. Não tem velocidade para cobertura. Bem no jogo com bola, diferente de quando estava sem ela. - 4,5

Pituca - Repito a análise de seu companheiro de meio-campo. - 4,5

Giuliano - Começou na função de meia e terminou o jogo como atacante. Conforme foi passando o tempo foi cansando, normal para a idade. Muito sobrecarregado na armação para um veterano que não tem mais a mesma velocidade de antes. - 5,0

Otero - Pouco participativo no jogo. Chermont ficava órfão de aproximação quando recebia na ponta. - 4,0

Wendel - Pior jogo dele com a camisa Alvinegra. Saiu bastante da área, mas tinha a "carteira" tomada facilmente. - 4,5

Guilherme - Chegou ao 10° sem marcar. Precisa jogar mais perto do gol. Não tem o drible curto para ficar preso na ponta. Foi o jogador com mais perdas de posse no jogo (oito). - 4,5

Laquintana - Ponta inofensivo - não cruza e não finaliza. - 3,5

Rodrigo Ferreira - Fez duas boas ultrapassagens, que pararam na sua qualidade técnica. Falha bizarramente no terceiro gol, caindo de traseiro no chão. - 4,0

Furch - Entrou para fazer a casquinha, mas só recebeu cruzamento "tijolo". - 5,0

Serginho - Apesar de não ser o novo Pita, Giovanni ou Ganso mais recentemente, é o único jogador dentre os 23 relacionados que é coordenador de jogadas e com ele o time fica menos pobre. - 5,0

Pedrinho - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.

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