Publicado às 20:54 deste domingo, 15 de setembro de 2024 |
(*) Pedro La Rocca
Depois de quatro jogos e mais de um mês, o Santos de Carille voltou a vencer em casa. O jogo teve um tempero especial por ser o reencontro com o América-MG após o polêmico jogo da falta de fair play e lesão de João Paulo. Tão parecidas foram, que até o placar foi igual - 2x1. Wendel e Chermont marcaram pela primeira vez na Vila. Moisés diminuiu.
Ainda com dúvidas pelo lado direito, Carille mexeu mais uma vez na lateral e na ponta. Chermont voltou da Seleção sub-20 e tomou a vaga de Hayner, enquanto Otero voltou a ser preferido ao Laquintana.
É o quarto jogo seguido com um lateral diferente. Idem para a função mais avançada.
A entrada de Otero fez com que o Santos povoasse mais o meio-campo, mas o "pequenino" pouco fica no corredor central, preferindo as aproximações junto ao lateral-direito.
O jogo reativo da equipe mineira tinha uma linha de cinco na defesa preferencialmente, mas chegou a jogar com seis no primeiro conjunto de marcação - o que barra completamente a ideia Santista de girar a bola para tentar cruzamento -, porque não tinha aproximação necessária para confundir muitas vezes uma marcação tripla.
Como já digo há muito tempo, o Santos não joga por dentro e depende das bolas aéreas - principal virtude dos zagueiros do adversário.
Na primeira vez que fez isso, aos 24 minutos, Pituca deu o primeiro chute no gol de Dalberson.
Ter um segundo atacante, preterindo a função de meia armador, afundar os laterais e "martelar" cruzamentos era tudo que Lisca Doido queria.
Se fosse para o Santos abrir o placar era no máximo com uma bola parada, porque a aérea com a redonda rolando não estava saindo. Bom para o time da Vila que saiu um escanteio, resultando na abertura do placar aos 14 minutos da etapa derradeira.
Jair desviou na primeira trave e Wendel aproveitou o rebote do goleiro para confirmar o oportunismo.
11 minutos depois, em mais um escanteio, a bola ficou viva na área e caiu no colo de Wendel, que serviu de bandeja para Chermont terminar a contagem Alvinegra acertando um balaço no canto esquerdo do arqueiro adversário.
Esses dois gols era tudo que o SFC queria para o América-MG sair para o campo de ataque e dar espaço, como aconteceu em duas oportunidades com Laquintana, uma com Guilherme e a última com Schmidt - todas desperdiçadas.
Sábio e tri da América, Muricy Ramalho já dizia: "Futebol não tolera desaforo". E o Alvinegro desaforou deste tal esporte. Moisés achou um gol com desvio aos 47 e Hayner fez um pênalti, que felizmente para o Peixe, o árbitro não marcou (erroneamente na minha visão). Mais uma vez o Rei desceu do seu descanso eterno para ajudar o seu Alvinegro. Nem ele, muito menos ele, merece ver o que o suor que o time passou com o resultado na mão.
Confesso que no momento do primeiro gol, lembrei do empate contra a Ponte Preta.
Aumentando o repertório de movimentação do Chermont, povoando o meio-campo, com mais jogadas de linha de fundo e aproximação, o time pode crescer na competição. Se continuar (o que acho que vai acontecer) sendo samba de uma nota só, o Novorizontino vai se desgarrar e a briga Santista será pelo vice-campeonato - o que seria trágico pela folha, elenco e treinador que tem.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 1 AMÉRICA-MG
Local: Vila Viva Sorte, em Santos (SP)
Árbitro: Arthur Gomes Rabelo (ES)
Cartões amarelos: Otero, Escobar, JP Chermont, João Schmidt e Luan Peres (Santos); Dalberson e Ricardo Silva (América-MG)
Cartões vermelhos: Lisca (América-MG)
Público total: 10.160 pessoas
Renda: R$ 451.762,50
Gols: Wendel Silva, aos 16, e JP Chermont, aos 26 do 2ºT (Santos); Moisés, aos 47 do 2ºT (América-MG)
SANTOS: Gabriel Brazão; JP Chermont (Hayner), Jair, Gil e Escobar (Luan Peres); João Schmidt, Diego Pituca e Giuliano (Willian); Otero (Laquintana), Guilherme e Wendel (Furch)
Técnico: Fábio Carille
AMÉRICA-MG: Dalberson; Daniel Borges (Moisés), Lucão, Ricardo Silva e Marlon; Alê, Juninho (Mateus Henrique) e Elizari; Adyson (Fabinho), Rodriguinho (Vinicius) e Matheus Davó (Renato Marques)
Técnico: Lisca
Chermont marcou pela primeira vez na Vila |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Brazão - Fez uma grande defesa no primeiro tempo e outra no segundo. Pelo gramado, evitou segurar a bola e preferiu espalmar. - 6,0
Chermont - Sua comemoração na hora do gol é genuína, porque merecia. Se aumentar o repertório, ficando menos preso à linha lateral, será um grande jogador. Até oscilou durante a partida, mas fez um bom segundo tempo até sair. - 6,5
Jair - Mais uma vez inseguro em certas situações. É evidente que a sua quase saída mexeu com a parte mental. Ainda pode continuar titular, pois se trata de um grande jogador. Diferente de outros momentos, foi bem no jogo aéreo. - 5,5
Gil - Só não vou dizer que seu segundo tempo foi perfeito, porque desvia nele a bola do gol adversário - mas de fato beirou a perfeição. - 7,0
Escobar - Fez três jogadas interessantes no primeiro tempo. No segundo limitou-se à marcar. - 5,5
Schmidt - Nos primeiros segundos de jogo desceu para fazer linha de três, mas foi a única vez. Justo que recebeu a faixa, porque há tempos vejo o quanto o camisa cinco fala em campo. - 6,0
Pituca - O melhor em campo. Além da postura de peitar dois jogadores adversários, foi um leão na marcação e deu o primeiro chute perigoso do Santos na partida. - 7,5
Giuliano - Recebe muitos cruzamentos e cabeceio não é seu forte. Jogar lado a lado com o centroavante limita seu bom futebol. - 5,0
Otero - Bem na bola parada, como há tempos não acontecia. Abre o corredor para o Chermont - 6,0
Wendel - Só foi acionado oito vezes em cerca de 90 minutos e uma vez na área, no lance do gol. - 7,0
Guilherme - Mais uma vez apagado. É o sexto jogo seguido sem gol do camisa 11. - 5,5
Laquintana - Voluntarioso, teve duas chances de chutar - uma demorou demais e a outra levou perigo. Jogador que a maioria dos treinadores gostam, pois é tático. - 6,0
Hayner - Ofensivamente errou tudo e cometeu o pênalti nao marcado. - 4,5
Luan Peres - SEM NOTA
Furch - SEM NOTA
Willian - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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