SEM LIDERANÇA E SEM FUTEBOL

Publicado às 23:14 desta quarta-feira, 21 de agosto de 2024
(*) Pedro La Rocca

Desde a sequência de quatro derrotas seguidas eu não via um desempenho tão abaixo do time do Santos, que agora chegou ao segundo jogo sem vitória. Em Campinas, Guarani e Peixe empataram por 1x1. Escobar abriu o placar e Anderson Leite fez com que a partida terminasse sem vencedor.

O Alvinegro termina a rodada na segunda colocação.

Carille enfiou três mudanças no time. Chermont na vaga de Rodrigo Ferreira, Bigode no Serginho e Pedrinho no Otero. Saiu do tradicional 4-3-3 para o indefensável 4-2-4.

Por incrível que pareça, as mudanças fizeram o time que foi muito mal contra o Avaí, piorar vertiginosamente. O lanterna Guarani, com Luan Dias e Matheus Bueno, líder em faltas cometidas na competição, dominaram o corredor central de uma forma inexpressável. 

Com três minutos, o Santos já podia pedir música, porque foram três contra-ataques cedidos.

Quando a posse de bola foi igualada e se via o Guarani com mais presença no campo ofensivo, o time da casa ganhava todas as segundas bolas, porque tinha superioridade numérica em todos os setores e o Peixe não matava a redonda.

A estratégia Alvinegra em Campinas era só a ligação direta. Não se vê uma saída de bola com aproximação, movimentação, linha de três com os volantes. Eu tenho dó do Furch, que já precisa de um fuzil para matá-la e ainda só recebe tijolo.

Contra o frágil Guarani, o Peixe só criou três oportunidades na primeira etapa e nenhuma com a bola trabalhada de pé em pé. 

Se iniciou o segundo tempo e o Santos, pasmem, demorou 23 minutos para finalizar uma bola no gol. Sorte que foi o chute do gol, Escobar recebeu tapete vermelho para carregar a bola e acertou a bochecha da rede. O gol foi com a cara do time de Carille, que trouxe a bola de um lado, passou pela defesa e chegou para o outro acelerar.

Se até acho que Carille, depois do gol, mexeu no time com coerência colocando Guilherme por dentro para puxar contra-ataques. Mas eu não vi o time levar uma bola para o camisa 11 ficar no mano a mano contra a lentidão da defesa dos campineiros. 

A passividade e a aceitação do time com 1x0 no placar fizeram o Guarani chegar ao empate aos 42 minutos, com Anderson Leite, de cabeça.

Estranha-me que times como Novorizontino e Mirassol são mais imprevisíveis que o Santos, com folhas menores, jogadores de qualidade inferior, no caso do aurinegro, estrutura inferior.

Volto a dizer que a saída de bola é sempre a dois mais dois apoios dos laterais e os volantes, na maioria das vezes, nas costas da marcação adversária.

No meio-campo, sempre há inferioridade em relação ao adversário, não tem movimentação, tendo em vista que o próprio treinador confessou na coletiva que o time não conseguiu trocar três passes seguidos no primeiro tempo. 

A falta de criatividade existe pela falta de um jogador diferente na articulação como o "10", mas se a bola não chegar redonda fica complicado de se ter volume de jogo. Pelo segundo jogo seguido o meia titular do Peixe não dá uma assistência para finalização. 

Assistir jogos do Santos tem sido prova de amor incondicional ao clube. Não tem saída de bola, o meio-campo parece uma erupção vulcânica de tão grande que é o buraco.

Para quem quer o título (nem sei se dentro do clube querem mesmo, ou só o acesso), alguém precisa ser cobrado pelo amasso que o time da Vila levou do pior time do campeonato.

Duvido que algo mude drasticamente para sábado (24), mas no mínimo a postura tem que ser diferente contra o Amazonas.

FICHA TÉCNICA
GUARANI 1 X 1 SANTOS

Local: Brinco de Ouro da Princesa
Árbitro: Gustavo Ervino Bauermann-SC
Cartões amarelos: Escobar, JP Chermont (Santos)

GOLS: Anderson Leite, aos 42 do 2ºT (Guarani); Escobar, aos 24 do 2ºT (Santos)

GUARANI: Pegorari; Pacheco, Matheus Salustiano, Douglas Bacelar e Jefferson; Gabriel Bispo, Matheus Bueno e Luan Dias; João Victor, Airton e Caio Dantas.
Técnico: Allan Aal

SANTOS: Brazão; JP Chermont (Hayner), Gil, Jair e Escobar; João Schimdt, Diego Pituca (Sandry) e Willian Bigode (Serginho); Pedrinho, Furch (Otero) e Guilherme
Técnico: Fábio Carille
Guilherme não marca pelo segundo jogo seguido

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Nada fora do normal nas defesas e não teve culpa no gol. - 6,0

Chermont - Levou cartão cedo demais. Se não receber aproximação, vai ter sempre dificuldade. Prejudicado pelo esquema. - 5,0

Gil - Lembrou o Joaquim e ficou refém das bolas longas. Para ele e Jair, fica muito difícil tendo só o Brazão para jogar estando livre de marcação. - 4,5

Jair - Bem pelo chão. De resto, repito a última frase que usei para Gil. - 4,5

Escobar - Muita dificuldade na parte técnica. Não deu um cruzamento. Apesar do gol, longe da necessidade atual. - 5,0

Schmidt - Foi muito prejudicado pelo sistema de jogo. Não tem velocidade para fazer cobertura, o que é necessário no esquema 4-2-4. - 4,0

Pituca - Foi pior que Schmidt, mas assim como ele, é prejudicado pelo esquema. Deu apenas 18 passes em 45 minutos e errou quatro. O capitão já teve aproveitamento superior. - 4,0

Bigode - Era o segundo atacante, mas recebeu apenas sete passes em 45 minutos. Muito pouco para um setor de criatividade que foi inexistente. - 3,5

Pedrinho - Não vi voltar a jogar depois do caso de indisciplina. Fez hora extra em campo. - 3,0

Guilherme - Mais uma vez ficou encaixotado na defesa rival. Poderia vir mais por dentro para ficar no mano a mano com a zaga lenta do Guarani. - 5,0

Furch - Deu uma das poucas finalizações perigosas do Peixe na partida. Apenas isso. - 4,5

Serginho - Se Bigode estava muito perto, o camisa 37 estava muito longe do gol. Não conseguiu servir os atacantes com qualidade. - 4,0

Sandry - Fez a tabela com Escobar que resultou no gol e pelo menos na cadência, conseguiu organizar o meio-campo. - 5,5

Hayner - Várias tomadas de decisão erradas no ataque e o gol sai nas costas dele. - 4,0

Otero - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.

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