PARA COMEMORAR, OS TRÊS PONTOS E A BASE QUE SALVA

Publicado às 22:43 desta segunda-feira, 01 de julho de 2024
(*) Pedro La Rocca

Com gol de Willian Bigode aos 47 minutos da etapa final, o Santos voltou a vencer na Série B e, principalmente, voltou momentaneamente ao G4 da competição nacional. O duelo contra a Chapecoense, em Vila Belmiro, marcou apenas a segunda vitória nos últimos sete jogos. 

Carille fez sete mudanças no time titular e colocou mais uma equipe inédita na temporada. Escobar, suspenso, e Guilherme, machucado, deram vagas a Rodrigo Ferreira e Otero, respectivamente.

Aderlan, Jair e Patati foram escolhidos por questões técnicas para ganharem as vagas de Chermont, Joaquim e Pedrinho, que posteriormente entrou no intervalo.

Carille também mudou posicionamento. Tirou Giuliano da linha do Furch e trouxe para a meia, onde caiu mais pela esquerda, assim como Pituca. 

O capitão, na temporada, vinha jogando pela direita. Isso limitava muito seu futebol, porque não conseguia fazer ultrapassagens, por estar do lado da perna ruim. Na vitória desta segunda-feira (01), tentou duas vezes, mas sem colaboração dos companheiros.

Se eu falar que o Santos não conseguiu furar a defesa adversária no primeiro tempo, estarei cometendo uma grande injustiça. Foram sete finalizações no gol de Cavichioli e sete fora da meta.

Apesar do meio-campo Alvinegro ainda estar muito abaixo, a falta de um "pegador" na "volância" adversária fez com que a bola chegasse em Patati e Otero com muita facilidade. Azar do Santos que as tomadas de decisão de ambos não estavam em dia - principalmente do Menino da Vila, que foi tirado no intervalo.

O garoto perdeu uma incrível chance cara a cara com o goleiro aos 23 minutos e depois perdeu a confiança. O torcedor perdeu a paciência totalmente, mostrando que não é de hoje que a história de apoio à base por parte do torcedor caiu por terra, já que a cobrança era maior no menino (que não é fora da curva), do que no Otero.

Primeiro tempo: 34 passes para um chute no gol. Guardem essa informação.

Pedrinho entrou na vaga do Patati e foi o desafogo do time de Carille - que foi tão lento quanto uma melodia clássica dos anos 1800. 

Segundo tempo: 59 passes para dar um chute no gol. Diferente, não?

Credito isso à ida do Giuliano para a função de segundo atacante - deixando o time sem criatividade por dentro -, e a demora para a entrada do Chermont e mais um jogador de lado com o cansaço do Otero, que só chegaram aos 18 e 27 minutos respectivamente.

O camisa sete, ainda pela direita, acertou a trave aos 14 minutos do segundo tempo. Com a entrada do Bigode e depois do Mateus Xavier, passou para o lado canhoto. 

O menino Xavier, de 17 anos recém feitos, fez a jogada do escanteio que gerou o único gol do jogo. Souza, de volta ao time de cima cruzou e Bigode guardou.

Apesar de maltratada e utilizada de forma errada, a base sempre salvará - se não o time de Vila Belmiro ficará eternamente para trás dos seus principais rivais que hoje disputam na parte de cima da elite nacional.

Foram seis sub-20 relacionados e quatro entraram em campo. Que possamos ver mais meninos relacionados e titulares daqui para frente, evitando contratações que lesam o financeiro e o futebol do clube.

Ainda falta muito para o coletivo chegar no aceitável, porque a lentidão e a passividade incomodam, mas já vejo mudanças nos bastidores. Que não pare por aí.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 0 CHAPECOENSE

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Jefferson Ferreira de Moraes
Público: 9.055
Renda: R$ 387.460,00
Cartões amarelos: Willian, Schmidt (Santos); Marcelinho, Foguinho, Rafael Carvalheira, Bruno Vinícius (Chapecoense)

GOL: Willian Bigode, aos 47 do 2ºT (Santos)

SANTOS: Gabriel Brazão; Aderlan (JP Chermont), Gil, Jair e Rodrigo Ferreira (Souza); João Schmidt, Diego Pituca e Giuliano; Weslley Patati (Pedrinho), Furch (Mateus Xavier) e Otero (Willian Bigode).
Técnico: Fábio Carille

CHAPECOENSE: Cavichioli, Marcelinho, Bruno Leonardo, Habraão, Mancha; Foguinho (Bruno Vinícius), Rafael Carvalheira, Thomás (Mário Sérgio), Marlone (Walterson); Thayllon (Giovanni Augusto) e Marcinho (Rubens).
Técnico: Umberto Louzer
Chermont e Xavier na comemoração do gol

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Evitou que o time fosse para o intervalo perdendo. Fez cinco defesas na primeira etapa. - 6,5

Aderlan - Taticamente vai bem, pela experiência, mas não tem a personalidade e um contra um do Chermont. Com bola caiu muito por dentro. Cansou no segundo tempo e por isso foi substituído. - 5,5

Jair - Voltou ao profissional após três meses e foi bem. Perdeu uma bola em um dos primeiros lances do jogo, mas depois extremamente seguro na marcação e terminou como o maior passador da partida, com um aproveitamento de 85% no quesito. Se a média de lançamentos é 31,25 e caiu para 19 nesse jogo, se deve ao garoto. - 6,5

Gil - Ganhou todas no alto, mas sofreu um pouco por baixo, apesar de voltar a fazer uma boa partida. Sempre muito bem nos passes, 91% dessa vez. - 6,0

Rodrigo Ferreira - Tão burocrático quanto resolver questões na justiça. - 4,5

Schmidt - Levou cartão bobo e está fora do próximo jogo. Bem no primeiro tempo, mas caiu fisicamente no segundo. - 5,5

Pituca - Longe do volante que conhecemos, cresceu jogando pelo lado esquerdo. Fez duas ultrapassagens promissoras se tivesse recebido o passe. Pode mais, mas melhorou em relação aos últimos jogos. - 6,0

Giuliano - Deu qualidade ao meio-campo quando esteve com ele. Quando se juntou ao ataque, sumiu totalmente do jogo. - 5,5

Patati - Começou bem no jogo, inclusive nas tomadas de decisão. Mas quando tentou fazer bonito e dar uma cavadinha próximo à intermediária, perdeu totalmente a confiança e parou de acertar. É preciso paciência, porque seus problemas são corrigíveis. - 4,5

Furch - Fez apenas uma jogada com perigo, aos 43 minutos, driblando dois jogadores e sendo bloqueado na finalização. Faltou qualidade nos cruzamentos. - 5,5

Otero - Nível do começo lá em cima, mas caiu de produção com o tempo. Sofreu três faltas, maioria perigosa. MUITO, mas muito mal mesmo nas bolas paradas. - 5,0

Pedrinho - Por incrível que pareça, foi melhor pela direita do que pela esquerda, onde acertou a trave. Foi o melhor do ataque. - 6,5

Chermont - Deu profundidade pela direita, só faltou capricho nos cruzamentos. Não entendi sua saída do time titular. - 6,0

Willian - Deu o gol da vitória. Começou pela direita, mas 10 minutos depois virou centroavante. - 6,5

Xavier - Estreou no profissional, com a jogada que resultou no escanteio do gol decisivo. Era reserva no sub-20, mas artilheiro do time no Brasileirão da categoria. Não é tão velocista, mas finaliza bem e tem drible. - 6,0

Souza - Não foi tão participativo, mas sim decisivo, cobrando o escanteio que resultou no gol. - 6,0
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter no Esporte por Esporte. 

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