Publicado à 00:04 desta quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024 |
(*) Pedro La Rocca
19 pontos de 24 possíveis. Nem mesmo o mais otimista dos Santistas esperava uma reconstrução tão bem iniciada como essa. A vítima da vez foi o São Paulo, que viu o Santos de Carille vencer por 1x0 em pleno MorumBIS. O Peixe não vencia dois clássicos numa mesma primeira fase de Paulistão desde 2014.
Foi a sétima escalação diferente de Carille em oito rodadas. Foram quatro mudanças em relação ao empate em Mirassol. Joaquim, Schmidt, Otero e Pedrinho entraram nas vagas de Messias, Rincón, Nonato e Marcelinho, respectivamente.
Não era atoa que quando Carille chegou, eu já ressaltava o número de formações diferentes utilizadas pelo treinador na carreira. Só no primeiro tempo foram duas, com posicionamentos também distintos.
O time começou com o ataque formado por, da esquerda para a direita: Guilherme, Otero e Pedrinho - com Bigode na referência.
Terminou o primeiro tempo com Pedrinho pela esquerda, Otero pela direita, com Guilherme e Bigode pelo corredor central.
O placar 0x0 dos primeiros 45 mostram o que já era esperado da partida e que de fato aconteceu. O Santos entrou para competir e assim o fez. O time mandante finalizou 10 vezes e só acertou uma.
O Peixe, que finalizou apenas uma aos 32 com Guilherme, foi organizado e competitivo, mas não teve presença no ataque.
Isso não é vergonha, porque dos 11 titulares do São Paulo, 10 estavam em 2023. No Santos - apenas dois - Joaquim e João Paulo. Impossível jogar de peito aberto numa disputa como essa, contra o atual campeão da Copa do Brasil, que vem de derrota e precisava mostrar resultado para o seu torcedor.
No intervalo, mais uma variação apresentada por Carille. O treinador, pautado por muitos como retranqueiro, colocou Bigode e Morelos juntos, com Guilherme e Otero abertos pelos lados.
O centroavante titular ganhou companhia, Guilherme mostrou a sua valência de recomposição e Otero passou a jogar de fora para dentro, como deve ser, não o contrário.
Foram cinco finalizações em 55 minutos, com duas corretas. Uma delas, o gol de Morelos.
Otero foi derrubado por Wellington e, após análise do VAR, a árbitra Edina Alves Batista assinalou pênalti e abriu a porteira para Morelos vencer Rafael na penalidade, aos 20 minutos.
A pressão são-paulina nos minutos finais surtiu efeito. Erick empataria o placar se não fosse o seu toque na mão. Tento anulado, porque o mesmo jogador que toca irregularmente na bola, faz o gol. Anulação correta.
Apesar da organização, faltou concentação da equipe Santista no final da partida, quando teve mais sorte do que juízo. Além do gol anulado, Juan perdeu um gol feito dentro da pequena área.
Seis vitórias já iguala o número de 2023 e 22 juntos. Elenco diferente, 13 contratações (sem contar Brazão) e o time cresceu surpreendentemente num período de trevas da história do clube.
Destaque da partida, Carille tem muito mérito em organizar um time que joga há 20 dias duas vezes na semana. Desde o 3x1 na Ponte Preta foram 20 dias e sete partidas, com cinco vitórias, sem tempo para treinar e descansar.
O próximo compromisso Alvinegro será no próximo domingo (18), contra o Novorizontino, em Vila Belmiro, às 16h.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 0 X 1 SANTOS
Local: Estádio do Morumbis, em São Paulo (SP)
Árbitro: Edina Alves Batista
Cartões amarelos: Pablo Maia e Calleri (São Paulo); Aderlan, Hayner, Marcelinho e Morelos (Santos)
GOL: Morelos, aos 20 do 2ºT (Santos)
SÃO PAULO: Rafael; Arboleda, Diego Costa e Welington; Pablo Maia, Alison, Bobadilla, Galoppo (Erick) e Luciano (Ferreirinha); Juan e Calleri
Técnico: Thiago Carpini
SANTOS: João Paulo; Aderlan (Felipe Jonatan), Gil, Joaquim e Hayner; João Schmidt, Diego Pituca e Otero (Nonato); Pedrinho (Morelos), Willian (Marcelinho) e Guilherme (Rincón).
Técnico: Fábio Carille
Otero sofre o pênalti que originou o gol Alvinegro |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
João Paulo - Fez apenas uma defesa. Única exigência ao goleiro. - 6,0
Aderlan - Tomou amarelo muito cedo e isso o tirou do segundo tempo. Mudança certeira de Carille, que preferiu a segurança. Calleri caiu muito para jogar pelo alto contra o lateral-direito Santista, que sofreu, mas soube como parar o atacante adversário. - 6,0
Gil - Diferente dos últimos jogo, foi melhor na defesa e abaixo na saída de bola. Perdeu a posse por cinco vezes. - 6,5
Joaquim - Vinha fazendo uma partida perfeita, até furar o cabeceio que originou o gol anulado do rival. 80% de aproveitamento pelo alto. - 6,0
Hayner - Tem muito mais a parte ofensiva do que defensiva. Fez parte do processo do gol adversário. Teve mais sorte do que júizo. - 5,5
Schmidt - Cresceu no segundo tempo. Quando o Peixe sofreu pressão, soube segurar a bola e colocou em campo a sua melhor qualidade - o passe. - 7,0
Pituca - Se tinha alguém com dúvidas (eu não), em relação ao camisa oito, elas já não existem mais. Corroboro o que disse ao Schmidt e ainda coloco, preenche todo e qualquer espaço do meio-campo, o que ajuda na marcação. - 7,5
Otero - Melhorou quando passou a jogar aberto e fez parte da jogada da única finalização do Santos na primeira etapa. - 6,5
Pedrinho - Ainda está devendo. Melhorou levemente quando foi para a esquerda, mas driblava sem objetivo. Ainda acredito no jogador, mas não está se ajudando. - 4,5
Bigode - Quando recebeu companhia e o Santos saiu de trás, cresceu. Deu caneta que quase terminou em gol, ajudou taticamente e vi, em diversos momentos, o camisa nove ajudar o time na saída de bola em momentos de pressão. - 6,0
Guilherme - Taticamente ajudou demais Hayner e Felipe Jonatan. - 6,0
Morelos - Fez seu primeiro gol com a camisa Santista. Fisicamente é literalmente um búfalo. Cresce aos poucos na parte física. - 7,0
Felipe Jonatan - Frio para sair jogando em meio à pressão adversária e não comprometeu na defesa. - 6,5
Nonato - Perdido em campo. - 4,5
Marcelinho - Ainda deve. Quando precisou do garoto taticamente, deixou Hayner na mão e o gol foi anulado. Teve sorte. - 4,5
Rincón - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter no Esporte por Esporte.
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