Publicado à 01:28 desta quinta-feira, 30 de novembro de 2023 |
(*) Pedro La Rocca
Ninguém perde tantos pontos em casa como o Santos Futebol Clube de 2023. Na última quarta-feira (29), foi um sonoro 3x0 para o Fluminense que antes do início da rodada era o terceiro pior visitante da competição nacional. Martinelli, Jhon Arias e Cano marcaram os gols do time visitante.
O Peixe encerrou uma sequência de sete jogos sem perder e não marca um gol em Vila Belmiro há três partidas.
O técnico Marcelo Fernandes pôde contar com o retorno de Dodô, que trouxe de volta o esquema com três zagueiros. Por outro lado, Kevyson teve uma entorse no tornozelo direito e Mendoza jogou na ala. Com Nonato e Lucas Lima suspensos, Dodi ganhou chance no meio-campo.
Seja no Rio de Janeiro, ou fora, o Fluminense não muda a sua forma de jogar. Já tenho citado há algum tempo que, além do Santos não saber propor jogo, não sabe também jogar contra equipes que colocam muitos jogadores no setor da bola - e isso os cariocas fazem com maestria sob o comando de Fernando Diniz.
O adversário abriu o placar logo aos nove minutos de jogo. Foram exatos 52 segundos de troca de passes até a bola chegar em Martinelli, que chutou próximo à entrada da área.
A ampliação do placar veio aos 35. Mendoza largou Diogo Barbosa pela esquerda, o lateral recebeu passe do solitário André e cruzou para Arias na marca do pênalti - livre.
O Santos iniciou a partida no 3-5-2, passou pelo 4-4-2 e terminou o primeiro tempo no 4-3-3. Evidente que a segunda era a melhor opção para essa partida, tendo em vista que o Peixe tomou um baile no meio-campo. Fernández, Dodi e Jean Lucas estavam perdidinhos.
Ofensivamente o time foi novamente nulo. Um time que depende demais das bolas aéreas, que não funcionaram nos primeiros 45 minutos. O goleiro Fábio não sujou o uniforme.
O time Alvinegro tentava fazer uma pressão desde a saída de bola do seu adversário, mas sempre tinha um jogador a menos.
Com Silvera e Inocêncio nas vagas de Dodi e Dodô, respectivamente, o Santos voltou melhor para o segundo tempo. Logo no primeiro minuto, o uruguaio que entrara há pouco, obrigou Fábio a fazer um milagre.
As 24 finalizações mostram o domínio que teve o Peixe na etapa final, porém quem marcou novamente foi o Fluminense. Aos 13 minutos, em mais uma troca de passes com movimentação, Martinelli achou Cano em velocidade e o camisa 14 só tirou do goleiro João Paulo.
A verdade é que o Santos não achou o Fluminense em campo. O domínio do segundo tempo, além das mudanças esperadamente ofensivas, só aconteceu porque o visitante não quis marcar presença no ataque, pois a posse foi alta da mesma maneira.
O melhor em campo foi o Fábio que ainda contou com a trave em quatro oportunidades diferentes, mas repito, tudo na tal "empurrância". O time quase não finaliza de fora da área e tampouco é criativo - mas terá que ser contra Athletico-PR (no domingo (03) e Fortaleza na quarta-feira (06)).
Era o jogo do livramento definitivo, porém essa definição vai ficando cada vez mais perigosa e tardia. Bahia e Vasco estão acostumados, o Santos não.
Não nos esqueçamos, que o time chega nessa situação, porque abandonaram o futebol do clube e foram coniventes com Falcão, Hellmann, Turra, Aguirre e as patéticas 48 contratações da gestão.
São dois pontos de diferença para a zona de rebaixamento. A luta continua. O Santista também será gremista, bragantino (confrontos do Vasco), americano e atleticano (confrontos do Bahia. A luta continua.
Que DEUS e PELÉ salvem o Santos Futebol Clube.
GOLS: Martinelli, aos 9 do 1ºT, Arias, aos 35 do 1ºT, Cano, aos 13 do 2ºT (Fluminense)
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
João Paulo - Defensável só o primeiro gol, mas sem falhas. - 5,0
Lucas Braga - Como já diria o dono deste espaço, nem fra, nem fru. Fez boas coberturas para evitar uma goleada maior. - 4,5
Joaquim - Não conseguiu manter as boas atuações, mas nada de absurdo. Perdeu disputas rasteiras que não são costumeiras do seu futebol. - 4,0
Messias - Mal. Precisava estar grudado em Jhon Arias no momento do segundo gol. Não acrescenta em nada na saída de bola. Vinha bem, mas voltou à programação normal. - 3,0
Dodô - Deu um escorregão na primeira etapa e de novo quase entregou um gol. Evidente que fisicamente não está num bom nível. Impressionantemente o time precisa dele bem para o jogo contra o Athletico-PR. - 3,5
Mendoza - Como ala, suas características desaparecem, já que precisa ir no mano a mano. Tem sido importante quando pega o adversário já cansado. Abandonou Diogo Barbosa, que deu a assistência para o segundo gol. Pensar não é a dele. - 3,0
Fernández - Deve estar procurando o Ganso até agora. Como sempre ressaltado, não guarda posição e dessa vez foi extremamente prejudicial. - 3,0
Dodi - Repito o que disse para o seu companheiro de meio-campo e ainda ressalto que por duas vezes deixou Soteldo sem opção de passe na entrada da área. - 3,0
Jean Lucas - Não foi tão mal como vinha sendo, mas está longe de mostrar um futebol que mostrou em outrora. Pode chegar mais próximo da área. O time precisa do camisa oito bem. - 4,0
Soteldo - O único que tenta alguma coisa no campo ofensivo. Precisa urgentemente melhorar a finalização. Reitero o que disse para Jean Lucas, o time precisa dele, ainda mais o camisa 10, que vai precisar se doar 200% nas duas finais Alvinegras. - 5,0
Marcos Leonardo - Já são seis jogos sem marcar. Tem mostrado uma falta de confiança. Não tem apresentado futebol, mas conseguiu subir de produção em relação ao último jogo. - 4,5
Silvera - Fez uma finalização que obrigou Fábio a fazer um milagre, acertou a trave e foi importante para povoar a área. Voluntarioso. - 5,0
Inocêncio - Poderia até ter começado o jogo, quando o time precisava de marcação. Pouco apareceu no campo ofensivo. - 4,5
Patati - Novamente entrou bem, porém é mais um do elenco que tem alergia à finalização. Outro que precisa do Paulistão para se firmar. - 4,5
Furch - Obrigou Nino a tirar uma bola em cima da linha, também acertou a trave e deu trabalho para a defesa adversária. Sua sina é entrar no segundo tempo. Dessa maneira, será importante. - 5,5
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