Publicado às 14:47 deste domingo, 09 de julho de 2023 |
(*) Pedro La Rocca
Um dia o Santos vai fazer o seu torcedor ter uma crise de infarto. Nesta manhã de domingo (09), numa Vila Belmiro vazia que se cobriu com a benção de Pelé, o Peixe venceu o Goiás por 4x3, fazendo um primeiro tempo dos sonhos e um segundo tempo para se esquecer e apagar de sua história. Marcos Leonardo e Mendoza fizeram um doblete e marcaram dois gols cada, enquanto Guilherme (duas vezes) e João Magno assinalaram os tentos do time goiano.
O técnico Paulo Turra, expulso ao final do jogo, entrou em campo com três mudanças, uma em cada setor. Kevyson ganhou oportunidade no lugar do Gabriel Inocêncio, Sandry entrou na vaga do Dodi e Lucas Braga voltou a ser titular após 49 dias, na vaga do Luan Dias.
Os primeiros 15 minutos do Santos foram apáticos, entregando a bola ao adversário e uma demonstração de passividade enorme. O Peixe entregou a bola ao adversário e esperava uma chance cair do céu.
A partir do momento em que começou a marcar pressão já na saída de bola foi recompensado já na primeira bola. Marcos Leonardo abriu o placar aos 15 minutos de jogo. Sandry roubou, Lucas Lima serviu, Marcos Leonardo cortou e finalizou.
Com 29 minutos o Peixe ampliou - dessa vez pela bola longa. João Paulo lançou para João Lucas, que serviu Marcos Leonardo dentro da área. O camisa nove finalizou no contra-pé do bom goleiro, Tadeu.
Apesar dos péssimos primeiros 15 minutos do Peixe, a postura mudou em relação à parte final da etapa inicial e a equipe de Vila Belmiro soube aproveitar as carências da equipe adversária, em especial a lentidão de seus zagueiros e a saída de bola.
Se a partir dos dois gols havia uma perspectiva positiva para o Santos, tudo foi por água abaixo aos 37 minutos, porque o garoto Kevyson foi com muita sede ao pote para tentar desarmar o lateral adversário (Maguinho), cometeu a penalidade e Guilherme diminuiu para os visitantes.
O Santos soube suportar o encurtamento do placar positivo e ampliou aos 46 minutos. Mendoza pegou em velocidade, pelo corredor central e finalizou cara a cara com Tadeu. Essa é a dele - por dentro e nas costas dos zagueiros.
Era preciso que o Santos mantivesse a mesma postura para a segunda etapa. O time de Paulo Turra teve apenas 40% de posse de bola nos 45 minutos iniciais, mas soube fechar os espaços pelos lados do campo. Se o time adversário optasse pelo jogo por dentro mais vezes, o Peixe iria sofrer.
Assim ocorreu na etapa final. O técnico Armando Evangelista, do Goiás, trouxe o meia Guilherme para jogar mais centralizado e fez a estreia do gigante de 1,95m, João Magno. O mesmo Guilherme diminuiu o placar para 3x2.
O João Magno marcou o gol de empate, aos faltando 10 minutos para o fim do tempo normal.
Turra mexeu mal no time. Tirou Sandry que estava bem para colocar o Balieiro que não jogava desde fevereiro\23, colocou Mezenga no lugar do Marcos Leonardo e Luan Dias no lugar do Lucas Lima. O técnico Santista, apesar de adotar uma boa postura na primeira etapa, colocou o Santos apenas para defender no segundo tempo e o time não soube sofrer.
A vitória caiu do céu, literalmente. Já nos acréscimos, o zagueiro Lucas Halter trombou em Joaquim e o árbitro marcou pênalti. Mendoza bateu bem e marcou.
Fim do jejum. Após 13 jogos e 55 dias o Santos Futebol Clube voltou a vencer e subir na tabela. O Peixe vai terminar esta 14ª rodada na 13ª colocação à cinco pontos da zona de rebaixamento.
O Paulo Turra deixou claro na coletiva: "não está tudo bem". E realmente não está. Apesar da vitória importantíssima numa final para o Santos, o jogo deixou claro que precisa reforçar o seu elenco como um todo, precisa de experiência dentro e fora de campo e precisa resolver problemas crônicos.
Vai treinador, vem treinador, o Santos segue levando gols na bola aérea. Além disso, ser meia-armador e jogar contra o time de Vila Belmiro é um convite ao prazer, já que há um grande espaço nas costas dos volantes e costumeiramente o Santos leva gols da entrada da área.
A vitória é de se comemorar e a atuação no primeiro tempo também. A intensidade do segundo tempo é para se esquecer. Ambas equipes tinham os piores ataques da competição. O Peixe fez quatro gols, mas levou três de um time que tinha a mesma condição.
O Santos vai enfrentar uma dura sequência nos próximos jogos. São Paulo no próximo domingo (16), às 16 horas, fora de casa, Botafogo, em casa, no dia 23 e Fluminense, fora, no dia 29.
GOLS: Marcos Leonardo, aos 15 e 29 do 1ºT, Mendoza, aos 45 do 1ºT e 47 do 2ºT (Santos); Guilherme, aos 39 do 1ºT e 15 do 2ºT, e João Magno, aos 36 do 2ºT (Goiás)
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