Publicado às 05h40 deste sábado, 8 de agosto de 2020. |
Atualmente, tal como o dia das mães, o dia dos pais é uma das datas mais prestigiadas no mundo como um todo e no Brasil, em especial. O Dia dos Pais é comemorado anualmente no segundo domingo de agosto no Brasil. Nesta data, os filhos homenageiam e agradecem aos papais toda a companhia, suporte e carinho recebido ao longo de suas vidas. Normalmente, neste dia, com ou sem presentes, mas com mensagens, beijos e abraços, os filhos demonstram todo o amor que sentem por eles.
E o futebol tem a magia de criar pais, de multiplicá-los. Para os garotos que nem sempre têm a presença física em casa, o treinador, seja ele da base ou profissional, é aquele paizão que coloca nos trilhos, que exige as boas notas, ensina disciplina e respeito. Uma referência dentro e fora de campo. É fácil a constatação quando você conversa com um garoto, ou um homem já formado, que lembra do treinador que te serviu de horizonte.
O lateral Pará, hoje no Santos, sabe bem o que é isso. Chegou ao Santo André sozinho, vindo do seu estado natal, e encontrou no treinador o pulso firme necessário pra não desistir de ser um atleta profissional.
“Tenho que agradecer ele muito, chamo de pai. Me deu confiança, dizia pra eu ficar tranquilo que ia ser acolhido”, lembra. “Foi ele quem me abriu as portas. No início, me assustou o pulso firme, tomei um baque. Pensei: ele vai me arrebentar”, brinca, com gratidão ao passado. “Aconteceu o que aconteceu, é uma pessoa fantástica. Esse cara aí, devo muito a ele”. disse o camisa 4 do Peixe.
Pará iniciou sua carreira no Santo André, em 2003. Um ano depois, esteve presente no grupo que surpreendeu o futebol brasileiro e venceu a Copa do Brasil, ao bater o Flamengo, na decisão. Em 2008, já consolidado na equipe principal do time do ABC, foi importante na campanha vitoriosa do Campeonato Paulista - Série A2, título que reconduziu o 'Ramalhão' à elite do futebol no estado. Sérgio Soares também era o técnico nesta conquista.
No mesmo ano, o jogador deixou o Santo André e transferiu-se para o Santos. Polivalente, ganhou espaço por atuar em várias posições, não só como lateral-direito, mas também lateral-esquerdo e volante. No time da Baixada Santista, levantou os títulos do Paulistão, em 2010 e 2011, da Copa do Brasil, em 2010 e da Copa Libertadores da América, em 2011.
Após passagens por Grêmio e Flamengo, oito anos depois - em 2019, Pará retornou ao Peixe. Aos 34 anos e com contrato até o fim desta temporada, o jogador acumula em suas duas passagens pelo alvinegro - 209 jogos e dois gols.
Sérgio Soares, o 'pai postiço' de Pará. |
O técnico Sérgio Soares, o 'pai postiço' de Pará, também teve essa figura paternal quando começou no futebol. Desde o primeiro deles, o Eidi, lá no campinho do bairro da Saúde na capital São Paulo, até o técnico Candinho, quando subiu para o profissional no Juventus.
“O Eidi me ensinou todos os movimentos dentro do futebol. Depois veio o seu Vicente, lá no Tipicar, em São Bernardo, que me tratou como filho. Na chegada ao Juventus, o Borracha, um cara especial que mantenho amizade até hoje”, afirmou o técnico.
O pai costuma nos dar códigos que servem como bússolas capazes de definir nossos caminhos, não sem antes regular nossas morais, demarcando limites, regras e padrões de comportamento social.
Além disso, um pai desempenha um papel significativo no desenvolvimento emocional de seu filho. Isso, não necessariamente tem de ser feito pelo pai biológico. Pode ser um 'pai da vida'.
“Trato até diferente, tenho uma preocupação maior de cuidar da parte de fora do campo, saber como andam os pais, a vida. Até pra que se sintam mais à vontade. Foi assim com todos esses garotos e todo esse cuidado é importante na caminhada deles”, garante Sérgio Soares.
Com ou sem os pais biológicos presentes, que 'nosso filhos' continuem correndo atrás dos seus sonhos, nunca desista do que lhe dá felicidade, paz e bem-estar. Até por que, “tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.”