Publicado as 14h45 deste sábado, 11 de julho de 2020. |
Um dos maiores goleiros da história do pais foi reserva de Félix em 1970, aos 20 anos. Leão também participou de mais três mundiais: 74,78 e 86. Foram 105 jogos como atleta da Seleção Brasileira. Também foi treinador do escrete canarinho em 2001.
“Joguei profissionalmente pela primeira vez aos 14 anos de idade. Quando fui convocado, era muito novo e já jogava em time grande, mas era capaz. Lembro que percebi muito prematuramente que o gol do Brasil ficaria vago. Fui aprovado nos testes e, assim, convocado. A minha dedicação serviu como experiência. Naquela época, era um mundo e um esporte diferentes. A concentração durava de dois a três meses. Era um tempo mais do que suficiente para todos se entenderem e se conhecerem”, relembrou Leão, em entrevista ao meu canal no youtube 'Pronto,eu falei'.
Leão disputou quatro Copas pela Seleção Brasileira. |
No coração de nós santistas, a maior lembrança de Leão é como responsável por comandar uma geração talentosa na conquista do Campeonato Brasileiro de 2002. Naquela oportunidade, liderados por Robinho e Diego, o alvinegro encantou o Brasil. Mesmo após quase duas décadas, a relação entre o ex-técnico e a torcida santista é de muito carinho, admiração e principalmente gratidão.
"O diferencial que nós tínhamos Ademir, era a sinceridade que hoje não está na moda no Brasil. É desagradável ter que falar que sinceridade e honestidade estão em desuso. Eu já me sinto recompensando por aquilo que fizemos junto ao Santos. Muitos dizem que o Leão é bravo, é isso, é aquilo. Não, eu trilho por uma sinceridade, por uma honestidade e por isso estou afastado do futebol. Eu acho que tem muito desonesto e eu não faço acordo. Pegamos o Santos com muita dificuldade, mas deixamos um legado." afirmou o técnico Leão.
Se foram 18 anos sem conquista significativa, a nível de títulos do país, o jejum era ainda maior. O último campeonato nacional do Peixe havia acontecido em 1968. Pelé havia parado de jogar na década de 70 e o alvinegro viveu um período de "vacas magras". As exceções foram os títulos paulistas de 1978 e 1984, além de dois vice-campeonato brasileiros de 1983 e 1995. Muitos podem se recordar do torneio Rio-SP de 1997 e a Conmebol de 1998, mas o torcedor queria um título estadual ou melhor ainda, um brasileirão. E não poderia haver um roteiro melhor. A decisão contra o maior rival, recheado de dramas e emoções.
Leão vibra com os meninos, o título brasileiro de 2002. |
Sem dinheiro para contratações em 2002, o Peixe montou um time recheado de garotos para não cair para a série B e sob a batuta do técnico Emerson Leão, os 'Meninos da Vila' provaram que talento se faz em casa e em uma campanha onde o time ficou como o último classificado (8o.) eliminou os demais favoritos e bateu campeão com duas vitórias (2 a 0 e 3 a 2 sobre o SCCP).
O último trabalho de Leão como técnico foi em 2012, no São Caetano. No Peixe é o quinto técnico que mais dirigiu a equipe. Foram 276 jogos em três passagens - 1998 à 1999/ 2002 à 2004 e 2008. Conquistou 142 vitórias, 68 empates e perdeu m 66 partidas. Como técnico do Glorioso da Vila perde apenas Lula (961 jogos), Antoninho Fernandes (380 jogos), Pepe (371 jogos) e Luxemburgo (305 jogos). Além do Brasileiro de 2002 conquistou a Copa Conmebol em 98 e levou o time a final da Libertadores de 2003.
"Felizmente, deixamos algum legado, todos nós coletivamente. Acho que essas homenagens são importantes para eles e para nós. Porque não é o diferencial do dinheiro que a gente ganhou, o futebol mudou muita coisa. Mas o que me deu mais foi o que meu coração sente todas as vezes que eu atravesso uma calçada e sou convidado para alguma coisa, para algum time, não só para o Santos, mas nos outros que trabalhei. Sinto-me recompensado por tudo aquilo que eu encontro na rua.” disse Leão ao Blog do ADEMIR QUINTINO
Finalizo este texto, reconhecendo que sou suspeito para escrever de Emerson Leão. Ele tem a fama de ser carrancudo, de ter pouquíssimos e seletos amigos. Eu discordo do primeiro termo e tenho o privilégio de ser um membro do seu ciclo de amizades. Isso aumentou ainda mais, quando tive a oportunidade de aprender mais de futebol com ele, durante um ano e meio que convivemos juntos, quase que diariamente no Programa Mais 90 do Esporte Interativo, entre 2017 e 2018.
Líder nato. Grande conhecedor de futebol, um excelente profissional, tanto como goleiro, técnico e comentarista de futebol. Um caráter fora de série e acima de tudo, uma pessoa íntegra e verdadeira.
Se o presidente do clube a época Marcelo Teixeira e o supervisor de futebol Zito não acreditassem em Leão, no começo do século, eu confesso que não sei o que seria do Santos, que voltou a ser protagonista no futebol, após aquela conquista.
Feliz aniversário Leão. Obrigado por tudo.