Publicado às 09h12 deste sábado, 30 de Maio de 2020. |
"Foram dois momentos importantes na vida do Santos que eu passei. Aquela equipe de 2010 marcou. Depois de 74 (quando Pelé parou) foi uma das grandes equipes que o Santos teve. Uma pena que aquilo foi interrompido daquela forma. Mas não tenho dúvidas que ficaram muitas coisas positivas daquele trabalho. E eu me lembro no primeiro treino, após 20 minutos eu disse - Esse time pode ficar marcado na história no Santos. E de repente aquela equipe fazia uma média de 4 gols por jogo. Era muito prazeroso o ambiente e ver aquele time jogando." revelou Dorival.Dorival não poupou críticas a gestão que administrou o alvinegro em 2015, pela mudança da segunda partida da decisão da Copa do Brasil, aquele ano diante do Palmeiras. Na partida de ida, o alvinegro havia vencido apenas por 1 a 0.
“Aquela mudança não foi nossa, não foi minha. A realidade é essa (decisão da gestão). Não fizeram uma consulta. O Santos estava pronto e o Palmeiras se preparou em um mês para aquela final. Ganhou. Teve merecimento. Não foi um erro da comissão (técnica) não. Só soubemos no dia seguinte pelos jornais, pelos sites”, garantiu Dorival.O Peixe perdeu a partida de volta por 2 a 1 e a decisão foi para as penalidades máximas com a vitória do rival por 4 a 3. Após saber da alteração da data da segunda e fatídica partida, Dorival afirmou que procurou, o então presidente do clube, Modesto Roma, para falar sobre o assunto o dia seguinte.
“Fui conversar com a direção. Um absurdo acontecer o que aconteceu sem sermos ouvidos. Poderiam até tomar a decisão que quisessem, mas não ouvir o departamento de futebol? Foi o maior erro do clube. Aquilo penalizou demais nosso grupo e deu condições para o Palmeiras ganhar aquela decisão. Fora o ambiente criado em torno. Chegamos debaixo de pau, pedra, tiro. Demos munições para que o adversário se preparasse.”, disse um inconformado Dorival, mesmo após quase cinco anos do ocorrido.
A entrevista com Dorival durou quase uma hora e meia durante a noite desta sexta-feira (30). |
"Chegamos com o Santos na zona de rebaixamento e terminamos o ano nas últimas rodadas com possibilidades de classificação a Libertadores da América, em 2015. Nós vínhamos de 15 jogos seguidos com lama, chuva e nosso gramado da Vila estava muito estragado pela utilização simultânea do futebol feminino e jogávamos paralelo a isso, uma decisão da Copa do Brasil. Entra 2016, ganhamos o Paulista, tirando o Palmeiras com todo aparato financeiro que tinham e terminamos o mesmo ano com o vice-campeonato brasileiro e com pouquíssimo investimento. Nesses dois anos (2015-2016) foram quase R$ 230 milhões colocados no clube com a venda de jogadores." contou DJ.
Dorival nos concede entrevista durante sua primeira passagem |
"Eu disse ao presidente, o senhor tem que falar isso, quando eu perder dois jogos seguidos. Nunca aconteceu. Quando perdemos duas em sequência, o primeiro para o Cruzeiro e depois para o Corinthians, me mandaram embora." relembrou.No fim da entrevista, o técnico afirmou com exclusividade ao Blog do ADEMIR QUINTINO que fez um acordo com o Santos sobre os valores que tinha de receber na sua saída foi parcelado em 25 vezes e o clube vinha pagando religiosamente em dia até a paralisação das competições em razão da pandemia do covid-19 - o novo coronavírus.
"Foi feito um acerto. Vinha sendo pago. O que foi pedido a mim, eu fiz com todo o respeito e carinho. São 25 parcelas" revelou Dorival.