Publicado ás 22h15 desta terça-feira, 11 de abril de 2017. |
Muitas vezes sou passional, admito, por isso, passado o baque da desclassificação precoce no Paulista, onde o alvinegro participou das últimas oito decisões, deixei propositadamente para escrever quase 24 horas depois se vale a pena a continuidade do trabalho realizado. Que fiquei extremamente decepcionado com os resultados do time até aqui em 2017, é fato, entretanto, até por ser profissional, preciso e tenho a obrigação de separar o torcedor do cronista esportivo.
Como nunca fui de ficar em cima do muro, penso que a direção santista acerta no momento em que o presidente Modesto Roma vem a público e mantém o treinador Dorival Junior. Não somos os que cobramos profissionalismo e pedimos continuidade de trabalho a longo prazo? Portanto, porque nos primeiros meses de números contestáveis joga-se tudo que foi construído até agora para o alto?
Vejamos, em 2012, por exemplo, o rival de Itaquera foi eliminado pela mesma Ponte Preta, na mesma fase do Campeonato Paulista. O detalhe era que foi jogo único e o SCCP perdeu o duelo no tempo normal, dentro do próprio da municipalidade paulistana. O time mosqueteiro já tinha sido eliminado na pré-Libertadores, um ano antes e Tite foi mantido no cargo. Depois disso, sabe o que aconteceu? Eles trocaram o goleiro e em seguida ganharam tudo, inclusive a Libertadores e o Mundial.
Óbvio, que o futebol não é uma ciência exata e com isso, o Santos mantendo toda sua comissão técnica terá frutos e será campeão do Continente. Que o time vive uma fase de instabilidade é fato. Já foi derrotado cinco vezes no ano, um número alto já que estamos apenas em Abril. Por isso, e ainda mais com as poucas opções que surgem no mercado, uma troca de treinador agora trará mais dúvidas do que respostas.
Futebol é continuidade, e repetição. O elenco e a comissão técnica precisam ser cobrados e esperamos que a direção faça isso. Dormir em berço esplêndido e aceitar passivamente ao que acontece, não, isso é inaceitável, porém, dar um bico para o alto e começar do zero, não me parece ser a melhor escolha.
Claro, que tudo tem prazo de validade e cabe dentro das quatro linhas, que seja dada a resposta.
Nos próximos 25 dias, o Santos tem apenas os dois jogos pela Libertadores, ambos diante do time mais forte da chave, o Independente Santa Fé. O primeiro dos confrontos acontece em Bogotá, dia 19 e a volta na abertura do returno do grupo, dia 4 de Maio, no Pacaembu. Duas vitórias, praticamente garantem a equipe na próxima fase. Boa oportunidade para demonstrar que o time tem poder de recuperação. A estréia no Brasileiro só acontecerá dia 14 de Maio, diante do Fluminense.