Publicado às 18h07 deste domingo, 12 de fevereiro de 2017. |
O Santos conseguiu vencer mais uma no Paulistão. Porém, com lances polêmicos e erros de arbitragem para ambos os lados, o Peixe só conseguiu os três pontos no final do jogo contra o Red Bull - 3 a 2. O resultado mantém o Peixe na liderança do seu grupo, ao lado do Mirassol, ambos com seis pontos, porém, o saldo do alvinegro é bem melhor. Os gols santistas foram de Vitor Bueno, Rodrigão e Kayke.
A partida tinha tudo para ser elogiada pela qualidade dos times, mas infelizmente nos debates televisivos, o que vai tomar conta serão os erros do trio de arbitragem que tinha no comando Rafael Gomes da Silva. Ele validou um gol do time do interior ilegal, o segundo de Nixon que estava impedido e aos 47 minutos da etapa complementar, deu o gol de Kayke em um lance muito duvidoso. Somente no replay tive a convicção de que um dos novos reforços santista que já atuou no Flamengo, não tocou com o braço e sim com o ombro e uma dúvida "monstra" se a bola ultrapassou ou não a linha, entretanto, a falta que originou o gol, não existiu.
O forte calor da manhã paulistana, castigou os 23 mil expectadores (20 mil pagantes e 3 mil que não pagaram para assistir o duelo) e principalmente os jogadores. Ainda assim, não faltaram dedicação, boas jogadas, belas assistências e um ótimo jogo. O Peixe largou na frente, o Red Bull empatou duas vezes e no final, aos 47 minutos, o gol de Kayke.
Antes de a bola rolar, o lateral Zeca, me deu uma rápida entrevista na chegada do time no Pacaembu. Ao vivo pela Rádio Santos, já que na manhã deste domingo, a minha responsabilidade eram as reportagens para a emissora oficial do clube, no vestiário de visitante. O ala disse-me as seguintes palavras:
"Eu estou falando aqui agora porque é você, mas o grupo não vai falar com a imprensa, hoje, pois estamos bem chateados com algumas coisas que aconteceram. São situações extra-campo, mas não vamos levar em conta e queremos jogar um futebol belo e fazer o que deve ser feito para o Santos ganhar o jogo." disse o camisa 37, já antecipando que os atletas adotariam o silêncio nas entrevistas, o que de fato se concretizou, após os 90 minutos.
Na entrevista coletiva, o treinador Dorival Junior fez coro nas explicações do silêncio do plantel:
"É um assunto interno, e assim será tratado. Tenho que responder pela partida. E todos viram que equipe não se viu concentrada adequadamente."
Ainda na saída do gramado, perguntei ao treinador santista o que ele achou do time e o comandante limitou-se a dizer:
"Vencemos, mas estivemos muito abaixo."Os jogadores em momento algum externaram publicamente, qual a razão de não darem entrevistas, mas o protesto é em razão da demissão do gerente de futebol - Sérgio Dimas.
O ataque do Peixe continua arrasador, com média impressionante de mais de 4,5 gols por partida, nos três jogos oficiais que o clube realizou na temporada. Além disso, encaixou a 17a. vitória seguida no próprio da municipalidade paulistana. A última derrota foi na primeira partida da decisão do estadual, em 2014, diante do Ituano.
Porém, para não dizer que não falei das flores, a defesa voltou a levar muitos gols. Um na "linha alta" que foi tema da entrevista exclusiva que fizemos com o comandante técnico, na última segunda-feira (6) e outro de bola parada, apesar da finalização do atacante do "Toro Loko" estar impedido, São riscos que Dorival garantiu ter convicção de que em outras palavras - vai levar gols, mas vai fazer muito mais.
Na quarta-feira (15), no primeiro clássico do Campeonato, o Peixe vai enfrentar o São Paulo, às 21h45, na Vila Belmiro. Vladimir Hernandez, único reforço que ainda não teve seu nome publicado no BID (boletim informativo diário) é ausência certa. Renato vai ser reavaliado, mas tem poucas chances de reaparecer na equipe. Vanderlei que operou o dedo anular da mão esquerda é desfalque certo.
Mais do que voltar a jogar bem, como aconteceu na primeira rodada, o alvinegro, especificamente elenco e direção, precisam "resolver as situações internas" para voltar a focar única exclusivamente nos objetivos traçados para a temporada. Mesmo em pouco tempo, os jogadores já provaram que são capazes de jogar muito melhor do que o apresentado na manhã deste domingo.
FICHA TÉCNICA
RED BULL 2 X 3 SANTOS
Estádio do Pacaembu
Árbitro: Rafael Gomes da Silva
Público/ Renda: 20.412 pagantes/ R$ 747.515
Cartões amarelos: Fellipe Souto (RB Brasil); Yuri, Copete, Lucas Veríssimo (SAN)
Gols: Vitor Bueno, aos 15'/1T (0-1); Misael, aos 28'/1T (1-1); Rodrigão, aos 48'/1T (1-2); Nixon, aos 36'/2T (2-2); Kayke, aos 47'/2T (2-3)
RED BULL: Saulo; Bruno Ferreira (Lucas Taylor, aos 18'/1T), Willian Magrão, Luan Peres e Thallyson; Alison (Denner, aos 23'/2T), Fellipe Soutto, Nando Carandina e Elvis (Nixon, aos 32'/2T); Misael e Elton. Técnico: Alberto Valentim.
SANTOS: Vladimir; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Yuri e Zeca; Thiago Maia, Leandro Donizete (Léo Cittadini, aos 13'/2T) e Lucas Lima; Vitor Bueno (Kayke, aos 37'/2T), Copete e Rodrigão (Bruno Henrique, aos 27'/2T). Técnico: Dorival Júnior.
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS:
Vladimir: Fez uma linda defesa de mão trocada no primeiro tempo. Goleiro bom também tem que ter sorte. Teve três bolas na trave do camisa 12 santista. Tem experiência para suprir a ausência de Vanderlei. - 6,5
Victor Ferraz: Deu duas assistências em dois gols. O primeiro e o terceiro. Com a ausência de Renato e Ricardo Oliveira foi o capitão do time. - 7,0
Lucas Veríssimo: Ainda sente a falta de entrosamento com Yuri. Em alguns momentos, nem um dos dois fica na sobra. - 5,0
Yuri: Tomou um cartão cedo e ficou sem cobertura no primeiro gol do Red Bull. - 5,5
Zeca: Vive ótimo momento. Melhorou demais na recomposição defensiva e está perfeitamente encaixado quando vira meia no apoio. - 6,5
Thiago Maia: Voluntarioso como sempre, sentiu a falta de Renato com quem tem entrosamento quase perfeito. Joga mais do que apresentou, mas foi eficaz na cobertura das alas. - 5,5
Leandro Donizete: Visivelmente sem ritmo. Não comprometeu. Era sabido que não suportaria 90 minutos. - 5,0
(Léo Cittadini): Entrou para ajudar na qualidade do passe do meio de campo, exatamente no momento em que o Santos caiu de produção no jogo. Não conseguiu dar aquele "upgrade" que a torcida viu em Campinas, o ano passado, no Brasileirão. - 5,5
Lucas Lima: Está a fim de reviver a ótima temporada de 2015. Maravilhosa assistência no segundo gol de Rodrigão. Perdeu a bola do primeiro gol do Red Bull em passe maravilhoso de três dedos de Nando Carandina. - 7,0
Vitor Bueno: Demonstrou posição de artilheiro na finalização do primeiro gol. Extremamente participativo. - 7,0
(Kayke): De mão ou de ombro, estava no lugar certo e na hora certo para marcar o gol do jogo. E só jogou dez minutos. - 6,5
Copete: Taticamente no primeiro tempo foi participativo. Na segunda etapa caiu de produção. No fim do jogo fiquei com a sensação que ele estava cansado, quando perdeu o quarto gol. - 5,5
Rodrigão: Como não teve "base" na adolescência, peca em alguns fundamentos. Perdeu um gol incrível, mas se redimiu ao estar bem colocado e receber ótimo passe de Lucas Lima para marcar o seu terceiro gol na competição. - 6,5
(Bruno Henrique): Apenas discreto em sua estréia. Tem muito mais bola. Começou como centroavante e depois caiu pelo lado direito, após a entrada de Kayke. - 5,5
Técnico: Dorival Júnior: Fiquei com a sensação que era jogo para o Thiago Ribeiro após a queda de rendimento físico de Copete. Vitor Bueno estava bem no jogo e podia ter ficado mais tempo em jogo. Situações extra-campo que precisam ser resolvidas também o atrapalharam nesta manhã de forte calor. - 6,0